A criança se desenvolve desde seu nascimento através da interação com o espaço, o objeto e o outro. É nessa interação que percebe o reflexo de suas ações motoras e expressões linguísticas. Sentar, engatinhar, andar, correr, chorar, balbuciar, imitar sons e falar, são os caminhos que levam a possibilidade de inserção social, comunicação e convivência.
Em meio à pandemia a restrição do contato social no grupo familiar e social, assim como diminuição dos contextos espaciais se fazem necessárias, reduz significativamente as possiblidades de interação acima citadas na maior parte dos casos, gerando um déficit de estímulos.
Outro fator que tem notável reflexo no desenvolvimento dos pequenos é o uso excessivo de estímulos passivos, são assim considerados todos os mecanismos de interação de via única, um exemplo muito utilizado nesse período são os vídeos, celulares e tabletes.
A avaliação do desenvolvimento infantil deve atentar-se as essas questões, pois podem gerar prejuízos e consequentemente um atraso no desenvolvimento de habilidades cognitivas necessárias para o sucesso escolar e de vida do individuo.
Famílias e profissionais já demonstram preocupações com relação às sequelas deixadas pela pandemia no desenvolvimento das crianças também no campo das emoções e dificuldade de relacionamento, o que provoca ausência de autorregulação socioemocional, sendo ela a capacidade de controlar e monitorar os próprios comportamentos, emoções e pensamentos diante das situações diversas.
Para a minimização desses reflexos negativos a sugestão é criar rotinas, pois elas promovem estabilidade emocional, evitando a ansiedade e estresse cotidiano. Permitir a movimentação dos pequenos em espaços amplos, com desafios motores e de preferencia que permitam o contato com elementos naturais. Promover momentos de diálogos e interações afetivas de qualidade são elas aquelas, oportunidades de relatar, demostrar, questionar e ouvir, instigando a curiosidade, criatividade e a fala elaborada.
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