Quase todos os dias, seja nas atividades Filantrópicas, seja na Clínica em S. Paulo ou nos atendimentos do Nordeste eu me deparo com perguntas sobre intestino preso (obstipação). Como é uma situação que acontece em pessoas de 0 a 100 anos e pode atingir qualquer pessoa, falo um pouco sobre isso. Falo também quais seriam as características ideais, na minha opinião para um Médico de alto nível trazer atendimento de alta qualidade a seus pacientes.
1. Como se sabe que alguém tem intestino preso? Quem tem mais chance de ter obstipação? É verdade que remédios podem prender o intestino?
O NIH dos Estados Unidos define obstipação como evacuar menos
de 3 vezes por semana, ou evacuar fezes endurecidas e/ ou com esforço e dificuldade. Mas o número de evacuações varia bastante de pessoa para pessoa.
Milhões de pessoas tem intestino preso, em particular mulheres, idosos, pessoas em uso de certas medicações (como alguns antidepressivos, cálcio e antiácidos, entre muitas outras), pessoas no leito e durante ou após a gravidez. Claro que não se resume a isso. Na prática clínica vemos pessoas em várias idades e situações com o intestino preso.
Há muitas causas diferentes, dependendo da idade. Quase todo dia mães ansiosas nos perguntam sobre filhinhos que não vão ao banheiro. A boa notícia é que na maior parte das vezes há tratamento.
2. Como se avalia o intestino preso? É algo banal, que não preciso prestar atenção?
É preciso uma avaliação clínica bem detalhada. É lógico que problemas de saúde anteriores e uso de medicações devem ser vistos com atenção.
O tempo em que existe a obstipação também é fundamental. É claro que para isso é preciso atenção ao paciente. E interesse pelo Médico.
Deve-se ver muitos fatores, como tempo da obstipação, idade, presença de sangue nas fezes, etc. Pode ser necessário exames relativamente simples como a retosigmóidoscopia. Ou mesmo exames mais especializados como uso de marcadores radiopacos. Eventualmente até mesmo elaborados testes de função ano-retal. Há vezes em que a colonoscopia é necessária. Para um diagnóstico preciso é necessário um Médico qualificado e que saiba fazer ou interpretar desde exames simples até os mais sofisticados. Por isso que sempre insisto na qualificação e experiência do Médico. Cada caso é diferente.
Após o diagnóstico bem feito encontra-se o tratamento correto.
3. Para tratar o intestino preso basta comer mais fibras? Ou devo tomar laxantes por minha conta?
O famoso Sir Osler dizia: o bom médico trata a doença, o grande Médico trata o paciente que tem a doença.
Deve-se tratar a causa da obstipação para ter sucesso.
Não existem casos iguais. Tudo é personalizado.
4. E como faço para achar um bom Médico que cuide de meu intestino?
Sempre, nas atividades Filantrópicas ou Palestras no Interior, perguntam-me se é fácil conseguir um bom Médico(a) para diagnosticar e tratar as doenças digestivas. É uma questão complexa. Medicina é complexa. O melhor médico é aquele que mais esperança infunde, como disse o famoso escritor Coleridge.
Entendo que para um bom Médico é preciso ótima capacidade técnica aliada a experiência. Há uma grande diferença entre um Médico que já tratou milhares de casos de intestino preso e o que viu poucos casos. A experiência faz diferença.
O bom Médico tem formação impecável. É seguro e transmite confiança.Tem conhecimentos confirmados e aprovados por Centros de Excelência. Por isso sabe Excelência. Foi aprovado nos Títulos de Especialista. Está atualizado.
O bom Médico sabe que a doença fragiliza. Compreende a fragilidade e dá o máximo de si. Explica bem e na linguagem do paciente, pois sabe que ouvinte - o bom Médico dá toda sua atenção, não se concentra só a linguagem médica é complicada. O bom Médico ouve muito. O bom Médico tem compaixão e bondade.
Dá total atenção aos seus pacientes e familiares.
Não importa se é paciente particular, de convênio ou Serviço Público. Todos são tratados com a máxima cortesia.
O bom Médico é modesto, não se coloca em um patamar acima dos pacientes e familiares. É tranquilo e prestativo.
O bom Médico é experiente e atualizado - Aperfeiçoa-se sempre.
Não para de estudar nunca.
Integridade: o bom Médico serve seu paciente. Serve aos familiares. Serve a sua comunidade e ao próximo. Cuida da prevenção.
Procura transmitir seus conhecimentos. O bom Médico beneficia ao paciente e a sua família, e beneficia a toda sociedade.
Consultoria - Prof. Dr. Paulo S Lopes- CRM 56402. Médico Gastroenterologista e endoscopista. Tem 33 anos de experiência. Recebeu Bolsa de Estudos do Governo do Japão para Doutorado na Tokyo Medical University. Fez Pós Graduação nas Universidades de Harvard e Johns Hopkins - Estados Unidos, Foi ligado também ao Centro de Prevenção do Câncer da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Nova Iorque. Foi Visiting Scholar em Yale. Atualmente se dedica a Atividades Humanitárias em S. Paulo, Paraná e Nordeste, além das atividades clínicas.
Muito importante: a Medicina sempre evolui. Estas notas , mesmo acuradas, jamais substituirão a avaliação médica. Nossa recomendação para pessoas com os problemas descritos é de serem avaliadas por profissionais de sua confiança. Temos apenas o desejo de oferecer orientação, embora genérica. Ao escrever, colocamos situações hipotéticas, embora comuns. Imaginamos a presença de profissionais e recursos de alto nível. Não recomendamos diagnósticos ou tratamentos, muito menos profissionais por esta coluna. A informação, mesmo cientificamente acurada, é genérica e não se aplica a casos individuais. Não queremos substituir a avaliação médica atenta, individualizada e específica.