(Passamos de 1,5 milhões de leitores no doctoralia.com.br)
Recentemente, uma resposta no doctoralia.com.br , perguntaram quanto tempo se devia tomar um remédio, e se podia beber durante o tratamento..
Fiquei um pouco chocado. Todas essas informações são parte da consulta.
A Medicina de hoje não é mais aquela Medicina paternalista, em que o médico falava qual a doença do paciente.e baixava a cabeça para escrever. Se for assim, faltarão as informações de um atendimento de não será de alto nível.
Não basta falar o nome da doença e dar uma receita. Nosso paciente quer e precisa muito mais que isso para recuperar a saúde. Os familiares também, e ficam muitas vezes ansiosos para saber como ajudar no tratamento.
O bom Médico não só permite perguntas como as incentiva. E mais: ENSINA aos pacientes e familiares como lidar com a doença.
Pergunta no doctoralia.com.br
Doutor, eu posso tomar álcool no tratamento? E por quanto tempo devo tomar o remédio?
Chegamos a mais de 1,5 milhões de leitores aqui.
Isso acontece por que os leitores gostam de ter INFORMAÇAO sobre doenças, exames e tratamentos.
Então vou dar minha opinião, mas sempre recomendo enfáticamente acompanhamento pelo médico(a) que conhece seu caso.
Sobre a continuidade do tratamento, tempo de uso de medicamentos e acompanhamento: claro que NADA posso falar sobre seu caso.
O que posso dizer é que todos os pacientes que já atendi, aqui e no Exterior nesses 35 anos de prática clínica querem saber:
Sobre a doença
- Doutor, qual o tratamento de minha doença?
- minha doença é séria?
- após o tratamento vou ficar curado? ou a doença pode voltar?
- devo fazer exames para saber se fiquei bom mesmo? E quando devo fazer?
- os exames que devo fazer são incômodos?
Remédios
- por quanto tempo devo tomar os remédios?
- há algum problema se tomar meus remédios com comida ou com outros remédios?
- é necessário tomar em jejum?
- que horário devo tomar meus remédios?
Dieta e álcool
- devo fazer alguma dieta? e por quanto tempo?
- posso tomar álcool? quase sempre me perguntam: "doutor se eu tomar um pouquinho vai estragar o tratamento" ?
Futuro
- meu estilo de vida vai mudar com essa doença? Vou fazer tudo que faço hoje?
- posso ter problemas graves com essa doença? Há complicações?
- posso morrer por causa dessa doença?
O que digo é MINHA experiência. Nada posso e nem vou falar sobre outros médicos(as). Tenho grande respeito pelos meus Colegas e nunca me intrometo em suas condutas.
Minha experiência com essas questões: TODO paciente quer saber essas respostas. Os familiares também querem saber sobre a doença, já que podem ajudar o paciente a melhorar. Já vi muitos familiares que lembram ao paciente a hora de tomar os remédios, cuidam da dieta, trazem os pacientes nas consultas e exames. Um familiar é sempre importante na recuperação.
Muitas vezes a resposta é fácil e está ao alcance do bom Médico.
Por exemplo: por quanto tempo devo tratar é uma informação que dou a todos os meus pacientes. Também falo sobre necessidade (ou não) de dietas, o resultado esperado do tratamento e eventuais efeitos colaterais. Informo sobre exames que (provavelmente) serão necessários, e como são feitos.
Meu entendimento é: o paciente não quer saber só o nome de sua doença. Quer saber muito mais. Quer resposta a todas (ou á maior parte) das questões acima. Mesmo que o paciente não nos pergunte, quer saber tudo isso.
E fornecer essas orientações é fundamental para o sucesso do tratamento.
No meu caso, procuro também explicar como e porque a doença acontece, e muitas vezes faço desenhos ou mostro no computador. Isso se chama Educação Médica para leigos.
Lá nos Estados Unidos é comum haver brochuras sobre doenças e seu tratamento. Mais recentemente, o médico indica sites para que os pacientes se informem.
Isso é muito útil.
Sabe-se que o paciente esquece a maior parte do que o Medico fala.
Por isso procuro dar tudo por escrito: a receita, a dieta(se for necessária), os exames de controle e o tempo estimado para retorno (se for preciso acompanhar o paciente).
Foi comprovado que ao receber orientação escrita o paciente adere melhor ao tratamento
Claro que explicar tudo em detalhes faz a consulta ser muito mais demorada. Mas torna a consulta bem efetiva. E estabelece um relacionamento que (muitas vezes) se mantém por anos. Muitas vezes passamos a acompanhar o paciente e depois seus familiares. Isso sim é importante.
Já aconteceu em um serviço público das recepcionistas estranharem por demorar até uma hora com cada paciente.
Uma hora? no Serviço Público?
E nunca esquecerei de uma moça com doença inflamatória intestinal que vi na Universidade. Ela tinha uma inflamação também no olho, causada pelo problema gastrointestinal. Quis me mostrar uma foto de quando o olho estava mais inflamado, e eu aguardei achar a foto. Fiquei preocupado e mandei para o Oftalmologista (especialista em olhos). Depois soube que minha preocupação foi correta: ela poderia perder a visão.
Lembro que essa Consulta demorou perto de 3 horas. Valeu? Claro. Se posso ajudar a alguém a manter a visão, qualquer tempo vale.
Na verdade, dou a meu paciente o tempo que eu achar necessário para o bom atendimento. Se for na Clínica, Online, na Universidade ou no Atendimento Humanitário, receberão a mesma atenção.
Consultoria | Dr. Paulo S Lopes | CRM 56402 Médico Gastroenterologista e endoscopista. Recebeu Bolsa de Estudos do Governo do Japão para Doutorado na Tokyo Medical University. Fez Pós Graduação nas Universidades de Harvard e Johns Hopkins - Estados Unidos. Foi ligado também ao Centro de Prevenção do Câncer da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Nova Iorque. Estudou prevenção de câncer do estomago em Santiago e Concepcion, Chile. Foi Visiting Scholar em Yale, Estados Unidos. Tem Títulos de Especialista e Professor da Universidade Federal do Amazonas. Atualmente dedica-se a Atividades Filantrópicas no Interior, bem como a Atividades Humanitárias no Sertão além da prática clínica.
Muito importante: Estas notas , mesmo acuradas, jamais substituirão a avaliação médica. Nossa recomendação para pessoas com os problemas descritos é serem avaliadas por profissionais de sua confiança.Temos apenas o desejo de oferecer orientação, embora genérica.
Ao escrever, colocamos situações hipotéticas, embora comuns. Imaginamos a presença de pro- fissionais e recursos de alto nível. Porém não conhecemos, em geral, a realidade das localidades dos nossos leitores. Quando nos referimos á médico, no masculino, referimo-nos igualmente ás médicas mulheres, só omitidas ali por questão de espaço.
Não recomendamos diagnósticos ou tratamentos, e muito menos profissionais por esta coluna. A informação, mesmo cientificamente acurada, é genérica e não se aplica a casos individuais. Não queremos substituir a avaliação médica atenta, individualizada e específica.
Créditos: Prof. Dr. Paulo Lopes