Você é uma pessoa que costuma ler?
Quais são seus hábitos de leitura?
Qual é a importância da leitura para a sua formação enquanto cidadã, cidadão?
Esses questionamentos podem até parecer o início de uma pesquisa sobre nossa formação cultural. Não deixaria de ser importante essa iniciativa. No entanto, gostaria de destacar o quanto a leitura contribui para a formação de indivíduos mais conscientes de seus papéis na sociedade e, por consequência, mais críticos e ativos na luta por seus direitos.
O universo literário, por exemplo, abre caminhos não apenas para a criatividade, mas para o conhecimento de características psicológicas de indivíduos e - como não mencionar? - de condições sociais, econômicas, políticas e culturais - temos o bom exemplo dos “romances históricos” - ou da interferência desses fatores na vida de um personagem ou de uma sociedade em uma época específica.
Também existem os livros de não-ficção, de caráter científico, que tendem a abordar a produção de conhecimento em diferentes áreas e nos provocar à reflexão. É aqui que cabe uma pequena observação: acredito que não se deve ler apenas o que se deseja, o que constantemente interessa, seja pela perspectiva de pensamento adotada, seja pelo tipo de conhecimento produzido. A abertura à diferença é fundamental para que não sejam formados leitores dogmáticos, que se fecham em suas crenças e apenas reproduzem uma microvisão dos fatos. É como se todo um universo se reduzisse ao nosso umbigo...
O mesmo vale para a apreensão das informações do cotidiano através dos portais de internet, dos jornais, da difusão de uma avalanche de informações e opiniões que não pode simplesmente ser tomada como verdade absoluta sem a abertura ao contraditório.
Em tempos de extremismo como o que vivemos, não se deve acreditar na primeira informação apresentada, tampouco constituir uma opinião de imediato. É parte do exercício de uma cidadania responsável a abertura da mentalidade ao universo do conhecimento. E, a partir dele, constituir uma única certeza, tal qual diria o antigo filósofo: só sabemos que nada sabemos...