Vamos sorrir
Vou relatar abaixo, histórias que um dia me contaram. Na minha crendice dos 11 anos de idade e dos meus colegas de classe, fascinados que estávamos com o nosso professor de matemática, nem pensar que poderia ser mentira, haja visto que, muitos anos depois, agora o professor era eu, não deixei de contar as mesmas histórias:
Era festa junina e como é costume, no jardim da praça, perto do coreto, as bombinhas estouravam sem parar e nisso apareceu o Paulista, cachorro perdigueiro acostumado a barulho de tiros, caçador que era. Qual não foi a nossa surpresa e apreensão, quando um menino jogou uma bombinha e Paulista caçou a mesma no ar e engoliu numa só bocada. A bombinha estourou na barriga de Paulista, um tiro abafado, meio surdo..Páhhh !!! nem fumaça saiu e Paulista... todo faceiro saiu pulando , satisfeito da vida .
Se você perguntar se houve algum dano, respondo feliz da vida: Paulista viveu ainda , mais de 15 anos.
A história que segue eu nunca acreditei porque é de pescador, mas vale a pena contá-la:
Certo sitiante aqui de Fartura criava peixes diversos e a grande seca de 1930 fez secar 90% das minas dágua e açudes, inclusive do sitiante em pauta.
A medida que o açude ia secando, os peixes morrendo, um pacu teimoso, pesando seus 30 quilos não queria morrer, lutando sem cessar, pulava de poça em poça, é lógico ajudado pelo sitiante(Vamos chamá-lo de Pedro Lara) . O sitiante abriu 4 cisternas e abastecia com a escassa água que jorrava, o açude já quase seco. O pacu descobriu uma sombra de seringueira a beira da lagoa e comendo ração todo dia, ficava deitado na água que era bombeada pelo seu Pedro Lara. Ah! Todos os peixes morreram e só sobrou o pacu lutador,
Mas aí que vem o principal e triste desfecho desta história. A tão sonhada e esperada chuva chegou um dia, de madrugada e quase encheu a represa e para surpresa de todos o pacu não resistiu a tanta água... e morreu afogado (constatado pelo médico veterinário da região).
E para encerrar hoje estas histórias verdadeiras, o professor de matemática contou-nos aquilo que segue: Foi nadar no rio Paranapanema e colocou a sua roupa na beirada do rio, e o seu relógio da marca Mido, legítimo japonês, de famosa pulseira elástica , num arbusto ao lado.Foi embora e somente lembrou-se do relógio quando já estava em Botucatu onde estudava. Um dia , 5 anos depois foi pescar na curva do rio, naquele lugar onde nadava na meninice, e sol a pico, com muito calor , deitou-se embaixo de uma frondosa árvore e passou a ouvir: tic tac, tic tac, tic tac e pensando ser algum picapau, foi subindo pelo tronco afora, e ... pasmem , em um dos galhos grossos da árvore, pulseira esticada no último, lá estava o seu Mido automático, na hora certinha do dia. O relógio Mido automático dava corda a medida que você balançava o braço e com o vento a soprar nos galhos da árvore, com certeza o relógio carregava a sua corda. O professor quase babando de satisfação, puxava o paletó e nos mostrava feliz da vida : eia, aqui está o meu relógio Mido, em cima da hora como o Big Ben de Londres !!! Conte estas histórias para seus filhos, faça-os caminhar na fantasia, e por alguns minutos desligue o computador e... por hoje é só.
Bom dia. Professor Dijalma.