Todos os participantes do encontro acreditam que, se houver o fechamento das fábricas, existirão outros problemas, maiores, como aumento das aglomerações nas ruas ou em ranchos, ou até mesmo dificuldades geradas quanto à sobrevivência dessas famílias e de parte do comércio, que depende da indústria têxtil farturense; empresários aguardam encaminhamento da MP da Suspensão de Contratos de Trabalho, pelo Governo Federal
O prefeito de Fartura, Luciano Filé, reuniu-se nesta manhã de segunda-feira, 26 de Abril, com proprietários e representantes de todas confecções do município. Também participaram do encontro o coordenador de Saúde, Luís Renan de Oliveira, o supervisor da Vigilância Sanitária (VISA), Mauro Bueno, e o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecções de Roupas em Geral de Fartura e Região (Siticonfare), Jocemar de Oliveira. O presidente do Poder Legislativo, Fernando Pitukinha, também esteve na ocasião.
O prefeito falou sobre sua preocupação com o aumento dos casos de Coronavírus na cidade e elencou medidas que podem ser adotadas para evitar a disseminação da Covid-19, especialmente no interior das fábricas, além de ouvir inúmeras sugestões dos participantes. Todos se mostraram empenhados em adotar formas para evitar que a doença se propague entre os trabalhadores. Os empresários aguardam o encaminhamento de Medida Provisória da Suspensão dos Contratos de Trabalho, por meio de ação do Governo Federal. Uma empresa já está fechada, por falta de insumos, e as demais aguardam essa medida.
Durante a reunião, foi citado o áudio de uma médica do município, que viralizou nas redes sociais. Nele, é informada a alta demanda de funcionários de uma confecção, que estariam procurando atendimento no Polo Covid. Uma ação, movida pela Promotoria de Justiça, investiga o que, de fato, estaria acontecendo.
“A Prefeitura está preocupada com a situação”, frisa o prefeito Luciano. “Precisamos nos unir e dar apoio para garantir a segurança dos funcionários, por meio de um conjunto de ações entre o Poder Público e as confecções”, enfatiza o prefeito. Em Fartura, as fábricas empregam, aproximadamente, 1.500 moradores, sendo as maiores geradoras de emprego e renda no município.
Entre as ações para evitar a disseminação da doença e suas variantes, os proprietários se comprometeram a sanitizar as fábricas, semanalmente, e a promover a conscientização na hora da paralisação no meio do expediente - direito dos trabalhadores e o possível foco do problema, com alta das aglomerações e falta de uso de máscaras.
Todos os representantes das fábricas solicitaram um trabalho mais intenso da Vigilância Sanitária, orientando os trabalhadores e aplicando advertências em casos de desobediência, quanto ao uso de máscara e não cumprimento das demais medidas sanitárias, como o distanciamento social e higienização das mãos.
Todos os participantes do encontro acreditam que, se houver o fechamento das fábricas, existirão outros problemas maiores, como aumento das aglomerações nas ruas ou em ranchos, além das dificuldades geradas quanto à sobrevivência dessas famílias e de parte do comércio, que depende da indústria têxtil.
Atualmente, Fartura contabiliza 168 pacientes com a doença em sua fase ativa. Todos estão sendo monitorados pela equipe de Saúde. Deste total, 25 são funcionários de fábricas. Para os proprietários, a desobediência das medidas sanitárias é a causadora da disseminação.
O supervisor da VISA, Mauro, informou que, todo os dias, os fiscais estão indo até as confecções e que os dados de cada empresa são armazenados pelo órgão. Por sua vez, o prefeito agradeceu a participação dos presentes e disse que espera união para que possam vencer este momento de crise sanitária.