O jornal Sudoeste do Estado também entrou em contato com a funcionária Lilian Antunes, que deu sua versão sobre o caso ocorrido no Gabinete da Prefeitura de Fartura no início da semana. A funcionária relatou que está muito abalada com o que aconteceu e quer somente que tudo seja esclarecido.
“Sou funcionária pública há 11 anos, sendo que durante esse período sempre desempenhei minhas funções de forma proba e correta. Não possuo, em minha ficha funcional, nenhuma advertência ou qualquer outra espécie de restrição. Ocorre que, no início do mandato do atual prefeito eu ocupava o cargo de Controle Interno, sendo que em meados do mês de fevereiro ele decidiu mudar minhas funções, mesmo tendo garantido para mim e para o senhor Rosolen, na época ocupante do cargo de chefe administrativo, que não faria isso”, informou Lilian.
A servidora pública relata que em seu lugar na controladoria, o prefeito colocou a funcionária que é filha de um filiado ao PSDB e antigo apoiador político do atual prefeito, e a recolocou para trabalhar no Posto de Atendimento ao Trabalhador e Empreendedor (PATE).
“Mesmo chateada e triste eu fui. Tentei desempenhar meu papel da melhor forma possível e isso pode ser comprovado pelos relatórios apresentados por mim. No entanto, no retorno de meu afastamento médico, na última segunda-feira (26), fui comunicada, via whastaap, que minhas funções seriam novamente mudadas e, desta vez, quem ficaria com meu cargo seria a outra funcionária pública”, relatou Lilian.
Ela disse ter ficado arrasada, chegando a chorar muito e foi consolada por colegas de trabalho. Diante disto, Lilian foi conversar sobre o assunto com o prefeito. “Ao chegar à Prefeitura fui orientada por colegas que trabalham lá de que eu não deveria entrar no gabinete sozinha, pois o prefeito estava agindo de forma grosseira com os servidores. Foi então que liguei para meu pai e pedi para ele me acompanhar na conversa para servir como uma testemunha”, ponderou.
Ela conta que dentro do gabinete estava, além do prefeito, o vice Pedro da Maxi, Carlos Magno (chefe de gabinete), Ariane (assessora de Pedro da Maxi) e o Hugo Dognani (assessor do prefeito).
“Se o prefeito tinha essas pessoas para servirem de testemunhas, entendi que poderia levar meu pai também”, disse Lilian que complementou, “a conversa começou com o prefeito sendo irônico e dizendo: “Precisou trazer o papai para segurar na sua mão?” A conversa prosseguiu com argumentações opostas, até que o prefeito disse que teria sido eu que havia pedido para mudar de cargo, momento que meu pai falou que isso não era verdade e que o prefeito precisava ter palavra”.
Em sua versão, Lilian diz que o prefeito se alterou, olhou para seu pai e disse: “Sabe por que estamos aqui Saulo, por causa dessa vagabunda!”.
“Meu pai se levantou e foi pego com uma gravata pelo vice-prefeito. Muitas pessoas entraram no gabinete e foram empurrando meu pai para fora, enquanto o prefeito gritava “vagabunda”. Meu pai fez exame de corpo de delito e constatou lesões leves”, finalizou Lilian.