Rafael Silvério, de Itapetininga (SP) viaja de bicicleta à São Sebastião, no litoral norte, onde vai ajudar famílias desalojadas.
A tragédia que devastou o litoral norte do estado de São Paulo sensibilizou um jovem, de 28 anos, de Itapetininga (SP) a pedalar mais de mil quilômetros para ajudar as vítimas das intensas chuvas.
Desde o início de fevereiro na estrada, o estudante de biologia Rafael Silvério decidiu emendar sua aventura de bicicleta pelo interior paulista e auxiliar famílias desalojadas em São Sebastião.
No domingo (26), o Corpo de Bombeiros confirmou que foi encontrada a última pessoa desaparecida nos deslizamentos em São Sebastião. Com a identificação, o número de mortos chegou a 65.
O percurso de Rafael começou em Botucatu, passou pela capital, seguido por Sorocaba e Itapetininga. “Aí desci a Serra da Macaca, fui para Iguape e depois para Peruíbe, onde passei o carnaval, e agora estou indo para São Sebastião”, explica. A missão para se voluntariar surgiu em Peruíbe (SP), ao encontrar uma amiga, estudante de veterinária. “Foi quando vimos, minha amiga Tainara Cateli e eu, pelas redes sociais, que estavam precisando de voluntários na cidade [São Sebastião]. Achamos que seria super válido colaborar.”
“Esperamos que isso ajude as pessoas que estão precisando, que estão tão perto da gente. Se a gente pode ajudar, tem tempo, disponibilidade e saúde, por que não?!”
Com mais de mil quilômetros pedalados, Rafael chegou a São Vicente no fim da tarde de segunda-feira (27), a 160 quilômetros do destino: São Sebastião. “Eu pedalo de 8 a 12 horas por dia. Procuro pedalar enquanto tem luz e vou parando bastante, curtindo a paisagem, registrando os animais”, comenta.
Em São Sebastião, o estudante planeja ficar em um alojamento construído para voluntários. O jovem vai auxiliar na seleção e organização de mantimentos e doações destinados à população afetada pela tragédia.
Na estrada
Toda a aventura de Rafael é documentada nas redes sociais, onde o estudante publica “perrengues” e outros acontecimentos pela estrada. “Eu vou estudando pelo caminho, vou vendo animais. Vou criando consciência nas redes sociais (...) contando sobre animais atropelados que encontro muito no caminho. Mas encontro muitos vivos e vou mostrando a biodiversidade da região”
Informações: g1 Itapetininga e Região