O médico assumiu o protagonismo do combate à pandemia e nesse processo se contaminou, tendo 75% do pulmão comprometido, mas se recuperou e continua nessa luta
O médico Dr. Rui Colanzi Filho desde início da pandemia da Covid-19 tem sido um herói neste combate ao vírus, sempre na linha de frente enfrentando o “inimigo invisível” para salvar vidas.
Ele diz que viveu e sobreviveu à pandemia. E destaca que quando esse período pandêmico teve início no Brasill, ele e o Dr. Ney Teixeira assumiram as conduções dos casos de internados na Santa Casa de Fartura. E na cidade de Avaré o médico ainda operava todos os pacientes com Covid-19 e fazia os procedimentos necessários para tratamento (acessos venosos profundos, drenagem de torax e traqueostomias).
“Portanto enfrentei o Covid-19 tanto nas internações clínicas, quanto nas cirúrgicas e infelizmente apesar de todo cuidado e mesmo vacinado, diante de tanta exposição, acabei sendo contaminado”, detalha.
O doutor diz que a doença foi confirmada no final do mês de maio de 2021 e foi para Londrina (PR) se tratar, entretanto a evolução do quadro foi grave e seu pulmão acabou sendo comprometido por 75%. “O médico assistente disse que eu ia precisar de UTI e como não havia vaga de imediato, eu ficaria internado até conseguir a vaga. Nesse momento minha esposa teve uma atitude determinante, e resolveu me levar para São Paulo. Graças à muitas orações que recebi e à força da Gabi que acertou a vaga no Hospital Albert Einstein, fui transferido e tratado a tempo de me recuperar”, comemora Dr. Rui.
Ele diz que durante a internação pensava só em se recuperar para voltar para os seus filhos e com isso em mente foi um paciente exemplar. “Tudo que eu tinha que fazer eu fazia e um pouco mais. Por exemplo, a equipe de fisioterapia indicou que eu fizesse o Bipap com a máscara uma hora cedo, uma hora à tarde e uma hora à noite e o que eu conseguisse a mais era melhor. Eu de início fiz duas horas cedo, duas horas tarde e à noite eu dormia com o aparelho na posição pronada e somando a todo tratamento medicamentoso, fui reagindo e superando a doença e após 10 dias de internação recebi alta no dia 10 de junho”, conta.
O médico ressalta o apoio da esposa Gabi, orações e a vacina a sua recuperação. “Com o apoio da Gabi que ficou ao meu lado o tempo todo eu fui reagindo e melhorando dia a dia até receber alta, e ao retornar para Fartura fui surpreendido por uma recepção maravilhosa, que nem em meus sonhos poderia imaginar. Realmente foi algo muito emocionante, me senti acolhido, e me deixou muito feliz”, diz ele que foi recebido com uma carreata em sua chegada.
Ele ainda diz que as vacinas contra o Covid-19 foram desenvolvidas para prevenir as formas graves da doença, mas infelizmente diante da grande carga viral que ele foi exposto, acabou desenvolvendo a forma grave. Mas frisa que se não tivesse sido vacinado, talvez não estaria vivo hoje.
“Credito a minha recuperação ao conjunto da obra, a grande corrente de orações, à minha esposa que lutou ao meu lado, a minha família, ao tratamento que recebi, a vacinação e ao meu esforço para sobreviver”, salienta.
Ele ainda frisa que todos devemos nos vacinar, pois só assim venceremos esse mal que está há quase dois anos assolando o planeta. “Eu vivi a pandemia do Covid-19 em todos os sentidos. Tenho lembranças terríveis de jovens, pessoas de meia idade, idosos, famílias inteiras, colegas médicos, professores de faculdade que foram mortos pelo vírus. Portanto, eu sonho com o fim desta doença e isso só será alcançado pela vacinação em massa. Por isso insisto que todos devem ser vacinados”.
E a partir de 2022 o médico acredita que já vamos voltar mais próximo do normal que conhecíamos antes da pandemia. “Com o avanço da vacinação vamos reduzir a contaminação do Covid-19 a números bem baixos”, finaliza.