DOUTOR, SOU MUITO ANSIOSO. MINHA GASTRITE VAI PIORAR?
Dentro da série de respostas que dei no site doctoralia.com.br houve muitas sobre dietas e também sobre relação dos problemas emocionais com as Doenças Digestivas. Quem nunca conheceu alguém com “gastrite nervosa” ? Ou alguém que fica com o intestino preso quando muda de ambiente?
Aprendi, nestes quase 35 anos de prática clínica, que as emoções estão envolvidas em quase todas as doenças. Procurei incorporar isso a meu atendimento médico. E percebi que ver o paciente como um todo, ou seja alguém que quer a melhora da sua doença e também ter uma idéia do que vai acontecer é fundamental.
Como sempre, procurei aprender mais sobre o assunto(ver abaixo) na lendária Yale.
Eu já tinha sido ligado á Medicina dessa importante Universidade, mas desta vez foi á excelente área de Psicologia, que é mundialmente reconhecida que me orientou.
É claro que tudo que escrevo é genérico e que minha recomendação é que os que fazem perguntas sejam vistos por seus médico(as).
Doutor, minha ansiedade tem relação com a gastrite que tenho faz muitos anos?
Este ano fiz um Curso de Psicologia em Yale, a lendária Universidade que tem o melhor retrospecto acadêmico da especialidade nos Estados Unidos. E a área que me aperfeiçoei foi a relação da ansiedade com as Doenças Digestivas. Devo falar que foi um curso rápido, mas pude confirmar a importância da ansiedade
Responderei de modo genérico, especialmente pelos mais de 1,4 milhoes de leitores que tenho aqui. Nada que escrevo é pensando em seu caso, pois não posso faze-lo com 2 ou 3 linhas na net.
Com relação á gastrite: já escrevi bastante sobre o tema, tanto no Jornal Sudoeste quanto no doctoralia.com.br. Sugiro que veja minhas respostas ali, pois tenho certeza que aprenderá muito
Quanto á problemas emocionais e Doenças Digestivas
Depois de tantos anos de prática, percebo o quanto os fatores emocionais são FUNDAMENTAIS para a imensa maioria dos pacientes.
Em todos os pacientes, minha História Clínica inclui uma pequena avaliação da situação emocional. Muitas vezes é fácil, e depois de 3-4 minutos de consulta já percebo a ansiedade. Outras vezes a ansiedade só é percebida quando o paciente me pergunta o que vai acontecer com ele. Em outras palavras: meu paciente quer que eu lhe tranquilize. E lhe dê um prognóstico.
Um dos aspectos esquecidos da Medicina é este: nosso paciente quer saber “doutor, o que vai acontecer comigo”.
Em outras palavras, nosso paciente quer saber:
- minha vida mudará muito?
- o tratamento é simples ou complexo?
- quanto dura o tratamento?
- tenho riscos?
- posso morrer por essa doença?
Claro que nem sempre sabemos tudo que irá acontecer. Não somos Deus.
Mas sempre podemos tranquilizar nosso paciente, e fazer todo o possível para que tudo fique bem. Mas precisamos dizer isso também.
Já está comprovado que a abordagem otimista (pelo Médico) traz melhores resultados tanto no bem estar do paciente (e familiares) quanto no prognóstico de boa parte das doenças.
O antigo modelo paternalista em que os médicos pouco ou nada informavam aos pacientes deve mudar. O Médico de alto nível coloca-se no lugar de seu paciente (ou seja, tem empatia). E isso sem abdicar de seu conhecimento técnico e experiência clínica.
Lembro-me que no Curso em Yale vi uma revisão em que mostrava que o otimismo é benéfico em doenças diversas: desde problemas cardiovasculares, câncer e, na nossa área, Retocolite e Doença de Crohn.
Saber que tem alguém cuidando de si, e pronto a fazer tudo que for possível já é um alívio e tanto.
Consultoria | Dr. Paulo S Lopes | CRM 56402 Médico Gastroenterologista e endoscopista. Tem 34 anos de experiência. Recebeu Bolsa de Estudos do Governo do Japão para Doutorado na Tokyo Medical University. Fez Pós Graduação nas Universidades de Harvard e Johns Hopkins - Estados Unidos. Foi ligado também ao Centro de Prevenção do Câncer da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Nova Iorque. Foi Visiting Scholar em Yale. Tem Títulos de Especialista. O Dr. Paulo recebeu 5 Prêmios no Brasil. Atualmente dedica-se a Atividades Filantrópicas no Interior de SP e PR e Atividades Humanitárias no Sertão além das Atividades Clínicas. É professor da UFAM, a Universidade Pública mais antiga do Brasil.
Muito importante: Estas notas , mesmo acuradas, jamais substituirão a avaliação médica. Nossa recomendação para pessoas com os problemas descritos é serem avaliadas por profissionais de sua confiança.Temos apenas o desejo de oferecer orientação, embora genérica.
Ao escrever, colocamos situações hipotéticas, embora comuns. Imaginamos a presença de pro- fissionais e recursos de alto nível. Porém não conhecemos, em geral, a realidade das localidades dos nossos leitores. Quando nos referimos á médico, no masculino, referimo-nos igualmente ás médicas mulheres, só omitidas ali por questão de espaço.
Não recomendamos diagnósticos ou tratamentos, e muito menos profissionais por esta coluna. A informação, mesmo cientificamente acurada, é genérica e não se aplica a casos individuais. Não queremos substituir a avaliação médica atenta, individualizada e específica.