Na manhã de sexta-feira, 15 de outubro, aconteceu uma audiência pública na Câmara Municipal de Avaré para tratar sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu Regional, que atende a população avareense e de outras 10 cidades.
E foram convidados a participarem o prefeito Jô Silvestre, secretário de Saúde, Dr. Roslindo, assim como todos chefes do Executivos que usam o Samu Regional, mas ninguém apareceu, com exceção do secretário de Administração de Avaré, Ronaldo Guardiano.
O presidente da Câmara, Flávio Zandoná e vereadores avareenses estiveram presentes, assim como funcionários do Samu que estiveram no plenário.
Ao contrário do que já tinha dito o prefeito Jô e secretário Dr. Roslindo, Guardiano disse que não é certeza desse desligamento de Avaré do Samu Regional, que muitas conversas com autoridades e representantes do Consórcio Intermunicipal do Alto Vale do Paranapanema (Amvapa) vão ocorrer.
“Nós queremos que seja dividido igual as despesas, pois não é justo Avaré pagar bem mais, o certo é fazer um cálculo de despesa per capta, onde seriam pagos valores por habitantes, uma cidade com maior população paga mais, de acordo com um menor. Mas, hoje Avaré está sendo sacrificada sozinha praticamente”, destaca.
Outra informação que tinha sido passada pelo prefeito Jô e secretário Dr. Roslindo, é de que Avaré quer criar o Samu Municipal, com apenas 10 funcionários, sendo que hoje a cidade conta com 37 servidores, ou seja, a maioria seria demitida. Só que Guardiano frisou que não, que todos os cargos seriam mantidos, mas que o serviço atenderia única e exclusivamente a população avareense. Deixando de atender os outros 10 municípios.
Guardiano ainda enalteceu a atuação dos servidores do Samu, que segundo ele fazem um trabalho impecável, principalmente na linha de frente contra a pandemia.
Servidores presentes fizeram uso da palavra, e a técnica de Enfermagem, Andréia fez um discurso emocionado e que comoveu a todos os presentes.
Ela diz que há 10 anos atua no Samu Regional e que neste período ela e seus companheiros enfrentaram diversas dificuldade no trabalho do dia a dia, como atendimentos perigosos, em lugares de difícil acesso e até agressões. “Trabalhamos com carinho, profissionalismo e dedicação. Deixamos nossas famílias para atender pacientes e muitas vezes não temos nem tempo de comer, ir ao banheiro, etc. Mas escolhemos essa profissão e fazemos com amor. Sempre que saio para trabalhar dou um beijo no meu filho e penso ‘será que vou vê-lo de novo’? Porque sabemos dos riscos do nosso trabalho, principalmente agora na pandemia, com esse vírus invisível e mesmo assim continuamos firmes e queremos trabalhar, não é justo mandar todas essas pessoas embora”, disse.
O vereador Marcelo Ortega disse que esse “terrorismo” que estão fazendo com esses profissionais é desumano, pois falam que vão fechar o Samu, depois que abrir um municipal com 1/3 dos funcionários só, depois que não sabem. “Imagina como fica a cabeça desses servidores, com medo de perder o emprego ainda mais nessa época de crise financeira do país. Engraçado que em qualquer lugar do mundo os heróis, soldados, que vão às guerras quando voltam são condecorados. E aqui que esses profissionais batalham na linha de frente contra a pandemia da Covid-19, colocando suas vidas e de seus familiares em risco, eles ao invés de serem homenageados são tratados como descartáveis”, indignou-se.
Ortega ainda disse que essa ideia de criar um serviço municipal já foi tentada em outras cidades, mas que o custo ficou mais caro e o serviço de pior qualidade.
A audiência pública não teve grande expressão, pois nenhum prefeito, nem secretário de Saúde dos 11 municípios que participam do Samu Regional estiveram presentes. Porém, como adiantado por Guardiano outras conversas serão realizadas, em especial com os representantes municipais para uma decisão ser tomada.
Outra informação repassada na audiência é que o Samu não pode fechar assim do nada, da noite para o dia.