Carro de casal foi alvo de disparos após discussão na Rodovia Castello Branco, em Boituva (SP), na sexta-feira (14). Motorista que atirou no veículo das vítimas continua foragido, mas, segundo advogado, vai se apresentar à polícia nos próximos dias.
A briga de trânsito que acabou em tiros na Rodovia Castello Branco (SP-280), em Boituva (SP), na sexta-feira (14), ganhou repercussão depois que vídeos da confusão começaram a circular nas redes sociais.
Nas imagens, é possível ver o momento em que Adriano Domingues da Costa disparou três vezes contra o carro do casal William Isidoro e Gabrielle Gimenez. Um tiro foi na direção da passageira Gabrielle - que não se feriu - e outros dois no pneu do veículo.
A Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência por tentativa de homicídio por motivo fútil, e a Justiça decretou a prisão temporária de Adriano, que está foragido. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga (SP).
O g1 organizou os acontecimentos em ordem cronológica, desde o momento em que houve a batida entre os dois veículos até a investigação do caso. Confira:
1. Batida entre os veículos
Segundo a Polícia Civil, tudo começou entre 13h30 e 14h de sexta-feira, dia 14 de junho, na Rodovia Castello Branco (SP-280), em Boituva.
Segundo o casal William e Gabrielle, o carro deles teve a lateral atingida pelo veículo de Adriano. Após o impacto, o casal teria feito contato com Adriano solicitando uma parada para checar os danos da batida.
Já a defesa de Adriano alega que William atingiu a traseira da caminhonete dele primeiro e, durante 40 minutos, teria seguido o veículo e ameaçado a família dele. Adriano, a esposa e os filhos estavam viajando para o interior do estado para comemorar o aniversário de casamento do casal.
2. Primeira parada
Conforme a defesa do casal, em determinado momento, os dois carros pararam às margens da rodovia para que os motoristas se acertassem, porém, uma discussão começou. Foi então que, segundo eles, Adriano desceu armado do veículo e deu uma coronhada no vidro do passageiro do carro do casal, onde Gabrielle estava sentada.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver Adriano dando as coronhadas com a arma na janela e questionando: "o que você quer, filho da p*? Tá feliz, seu filho da p*?". Por fim, ele e a mulher voltaram para o veículo.
Um pouco mais à frente da rodovia, os carros pararam mais uma vez, segundo a advogada do casal. Desta vez, Adriano pediu que as vítimas abaixassem os vidros e, quando não obedeceram, ele se afastou do veículo e disparou contra o pneu e o vidro dianteiro do carro das vítimas.
Conforme a defesa de William e Gabrielle, foram cinco disparos ao todo, com a intenção de atingir o casal. Também é possível ver este momento nos vídeos divulgados na internet. Depois disso, todos foram embora e ninguém se feriu.
4. Pedido de prisão temporária
Com base nas imagens que circulam na internet, um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil por tentativa de homicídio por motivo fútil. Além disso, uma solicitação foi feita pela polícia à Justiça, que decretou a prisão temporária de Adriano. Desde sábado (15), o motorista é considerado foragido.
5. Carro apreendido em pousada
Ainda no sábado, a Polícia Civil apreendeu o veículo do suspeito em uma pousada em Piraju (SP), a cerca de 215 quilômetros de distância de Boituva. Segundo a corporação, Adriano fugiu do local antes da chegada da equipe.
6. Busca e apreensão na casa do suspeito
Já no domingo (16), os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito em Mairiporã (SP).
No endereço, foram apreendidos um cofre, uma tonfa - tipo de arma branca originária das artes marciais de Okinawa, no Japão - e o passaporte de Adriano. Imagens de câmeras de segurança registraram a ação da polícia no imóvel.
Em um pronunciamento, o advogado do suspeito, Luiz Carlos Tucho de Souza, criticou a ação da polícia durante o cumprimento do mandado.
"Não havia a menor necessidade de se invadir uma casa desse jeito. Deviam ter tocado a campainha. Havia pessoas na casa naquele momento, inclusive duas crianças. Arrebentaram o portão, estouraram a porta da frente", alega.
Em nota, a comunicação social da Polícia Civil de Itapetininga disse que a ação dos policiais foi pautada na legalidade desde o início e que os agentes deram cumprimento a um legítimo mandado judicial de busca e apreensão no endereço domiciliar.
7. Depoimento do advogado de Adriano
O advogado de Adriano, Luiz Carlos, foi ouvido pela polícia na manhã de segunda-feira (17). Ele representou o cliente na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga. Segundo o advogado, Adriano vai se apresentar à polícia, porém, só depois que ficar por dentro de todos os fatos.
8. Arma entregue à polícia
Já na tarde de segunda-feira (17), o advogado de Adriano entregou a arma usada no crime à polícia. Trata-se de uma pistola calibre.380, com numeração raspada.
Além disso, a Delegacia Seccional de Itapetininga informou que o motorista não tem porte nem registro da arma.
Por Beatriz Pereira*, g1 Itapetininga e Região