Policiais cumpriram dez mandados de busca nesta terça-feira (20) em cinco casas e cinco empresas. Um dos empresários investigados foi preso em julho deste ano.
A terceira fase da operação que investiga fraude milionária na venda de grãos por grupo de empresários do agronegócio cumpriu mandados de busca e apreensão em Itapetininga (SP), na manhã desta terça-feira (20). A dívida do grupo chega a meio bilhão de reais.
Após investigações de delitos de uma organização criminosa como lavagem de dinheiro, entre outros crimes contra a ordem econômica, a polícia localizou um núcleo financeiro do grupo de empresários, que consiste em quatro empresas ligadas à securitização e ao comércio de cereais.
Estas empresas, segundo a polícia, seriam responsáveis pela movimentação e dissimulação de valores vindos da fraude realizada pelos empresários do agronegócio.
A ação resultou no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão domiciliar em cinco residências e cinco empresas. Durante as inspeções, foram apreendidos dispositivos eletrônicos, passaportes, documentos e quantidades em dinheiro.
As diligências contaram com a participação de 56 policiais civis da Seccional e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, da Seccional de Itapeva, Seccional de Avaré, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Grupo de Operações Especiais (GOE) de Sorocaba e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público (MP).
Empresário preso em julho - Um empresário foi preso no dia 12 de julho por suspeita de participar de um esquema de fraudes em venda de grãos na cidade. Ele é um dos três homens que, em dezembro de 2023, foram alvos de uma operação da Polícia Civil que apreendeu fuzil e armas de uso restrito.
De acordo com a Polícia Civil, o empresário estaria tentando obstruir o inquérito, procurando as vítimas com a promessa de pagar o que devia para que elas alterassem os depoimentos. Na casa dele, a polícia encontrou duas armas.
Prejuízo milionário - Segundo a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o grupo é suspeito de causar prejuízo de quase R$ 500 milhões com a apropriação de toneladas de grãos de produtores da região e favorecimento de credores após recuperação judicial, prática considerada crime pelo artigo 173 da Lei de Falências.
Conforme apurado pela TV TEM, as investigações começaram ainda em 2023, após denúncias de cooperativas, empresas e produtores alegando prejuízos do grupo, que estaria comprando grãos acima do normal. Esses grãos eram repassados para terceiros por preços bem abaixo do mercado.
O grupo investigado comprava em grande volume. A polícia suspeita que seja um esquema de pirâmide. Essa é a segunda etapa da investigação e todo o inquérito segue sob sigilo.
A polícia pede para que outras possíveis vítimas denunciem o caso às autoridades.
Por g1 Itapetininga e Região