Julgamento confirma provas e reforça a atuação da Polícia Civil no combate ao crime organizado
A Justiça de Avaré condenou seis réus pelos assaltos à joalheria Elza Joias e à unidade das Lojas Americanas, crimes perpetrados pelos mesmos membros de uma associação criminosa especializada em roubos violentos. O julgamento, conduzido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Avaré, resultou na aplicação de penas rigorosas, considerando a gravidade dos delitos, que incluíram o emprego de arma de fogo, restrição da liberdade das vítimas e a participação em uma organização criminosa estruturada. A sentença foi proferida na quinta-feira, dia 20 de fevereiro, e determinou que os réus cumpram penas que variam de 10 a 25 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado.
A Polícia Civil desempenhou um papel fundamental na elucidação dos crimes, conduzindo uma investigação meticulosa que resultou na identificação dos envolvidos e na comprovação de suas condutas dentro da organização criminosa. O inquérito policial reuniu provas robustas, incluindo depoimentos de testemunhas, imagens de câmeras de segurança e rastreamento telefônico dos suspeitos. O trabalho investigativo revelou que os crimes foram cuidadosamente planejados e executados de maneira coordenada, com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo.
O primeiro roubo ocorreu no dia 28 de novembro de 2021, quando os criminosos assaltaram a unidade das Lojas Americanas em Avaré. Eles ingressaram no estabelecimento pouco antes da abertura oficial, renderam funcionários e subtraíram dinheiro e eletrônicos. A ação foi flagrada por câmeras de segurança e conectada à mesma quadrilha que, semanas depois, realizaria outro assalto na cidade. Já no dia 15 de janeiro de 2022, o grupo realizou o roubo à joalheria Elza Joias. Antes do crime, uma das integrantes da quadrilha fingiu interesse na compra de alianças para identificar pontos vulneráveis do estabelecimento. No dia do assalto, um casal entrou na loja e anunciou o roubo, sendo logo seguido por outro comparsa. O proprietário do estabelecimento foi rendido sob ameaça de arma de fogo, amarrado e mantido refém enquanto os criminosos subtraíam joias e outros bens. Durante a fuga, a vítima conseguiu se desvencilhar e recuperou parte dos objetos roubados, mas os assaltantes levaram uma aliança e um colar que ele usava no momento. Um dos criminosos deixou um aparelho celular no local, elemento crucial para o avanço das investigações.
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Avaré, responsável pelo caso, desencadeou a operação “Ornamentum” no dia 23 de março de 2022, visando a prisão dos integrantes da quadrilha. A ação contou com o apoio de policiais civis da região e da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba. Os mandados de busca e apreensão e de prisão temporária foram cumpridos simultaneamente em Avaré e na cidade de São Paulo, resultando na prisão de integrantes do grupo, entre eles duas mulheres.
As investigações confirmaram que os presos tinham funções específicas dentro da quadrilha, desde o planejamento e a execução dos roubos até a ocultação dos bens subtraídos. O relatório policial detalhou a atuação de cada integrante, identificando quem forneceu apoio logístico, escondeu os assaltantes após os crimes e transportou as joias roubadas para São Paulo.
A sentença judicial reconheceu a prática dos crimes de roubo qualificado, conforme previsto no artigo 157, §§ 2º, II e V, 2º-A, I do Código Penal, majorado pelo emprego de arma de fogo, restrição de liberdade das vítimas e concurso de agentes. Além disso, os réus foram condenados por associação criminosa armada, nos termos do artigo 288, parágrafo único, do Código Penal, combinado com o artigo 8º da Lei 8.072/1990, que trata dos crimes hediondos.
O juiz responsável pela sentença destacou na decisão que os crimes foram executados com alto grau de periculosidade, justificando a imposição de penas elevadas e o cumprimento inicial em regime fechado. Os pedidos da defesa para a nulidade das provas foram afastados, uma vez que a formalidade processual foi rigorosamente observada e o conjunto probatório era robusto.
Os réus condenados receberam penas individualizadas conforme sua participação nos crimes. Os principais articuladores dos assaltos foram sentenciados a 25 anos de reclusão cada. Outros dois envolvidos diretamente na execução dos roubos receberam penas de 22 anos. Já os demais, que participaram da associação criminosa e deram suporte à logística dos crimes, foram condenados a 18 anos de prisão. Todos cumprirão suas penas inicialmente em regime fechado.
A condenação reforça a eficácia do trabalho da Polícia Civil no combate ao crime organizado e na repressão a delitos violentos. A atuação coordenada entre as forças de segurança e o Ministério Público garantiu uma resposta contundente à criminalidade, promovendo a segurança da população e a responsabilização dos envolvidos.
Setor de Comunicação Social da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré