A Defesa Civil de Timburi trava uma verdadeira batalha há dias para conter um incêndio de grandes proporções, que começou no domingo (14), na área do Camping Redondo e rapidamente se alastrou para uma região de proteção ambiental da Mata Atlântica.
Segundo o coordenador da equipe municipal, Roberto Carlos Fonseca, até sexta-feira (19) as chamas ainda permaneciam ativas em pontos isolados, com risco de propagação devido às condições climáticas. A estimativa é de que seja o maior incêndio em área de mata da história do município.
Desde o início da ocorrência, mais de 180 hectares já foram destruídos. O fogo avançou com tal intensidade principalmente por conta dos fortes ventos e da seca que atinge o município, que não registra chuvas desde o final de junho. Com isso, a vegetação seca acabou se tornando combustível para as chamas, dificultando o trabalho das equipes.
Para o combate ao fogo, a Defesa Civil tem utilizado diferentes técnicas. Entre elas, a criação de aceiros – faixas de terreno onde a vegetação é retirada para impedir o avanço do fogo. Esses aceiros podem ser secos, molhados, quando recebem água para formar uma barreira úmida, ou negros, que usam o próprio fogo de forma controlada para eliminar a vegetação antes da chegada das chamas principais.
Além disso, estão sendo empregados abafadores, assopradores, bolsas costais com água e o apoio fundamental do helicóptero Águia da Polícia Militar, que auxilia no resfriamento e no combate aos focos mais difíceis.
Na quarta-feira (17), 14 pessoas, entre brigadistas e agentes da Defesa Civil, atuaram no local, trabalhando diariamente por mais de 12 horas para tentar controlar a situação.
Além dos prejuízos ambientais, o incêndio causou um grande impacto na fauna local. “Vimos dois lobos-guará correndo para se proteger, tucanos sobrevoando as áreas queimadas e até uma onça-parda fugindo em direção a uma plantação. É uma tristeza sem tamanho ver a natureza sofrendo assim”, lamentou Fonseca.
A Prefeitura de Timburi, a Defesa Civil e a Polícia Ambiental investigam as causas do incêndio e não descartam a possibilidade de origem criminosa. No entanto, de acordo com dados meteorológicos, a última precipitação na região foi registrada em 28 de junho, com apenas 15,8 milímetros já são 51 dias sem chuva.
O prefeito Cristiano Amorim lamentou os danos ambientais e ressaltou o esforço conjunto para conter o fogo. “Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis para a nossa cidade. Ver a nossa fauna e flora sendo destruídas dói em todos nós. Quero agradecer imensamente aos brigadistas, à Defesa Civil, à Polícia Militar e aos voluntários que têm se dedicado incansavelmente para proteger Timburi. Estamos trabalhando para controlar as chamas e, ao mesmo tempo, investigando as causas para que situações assim não se repitam”, afirmou.
- Timburi