Era o ano de 1880, o grande sertão da Fazenda Corrêas era mata virgem, poucas pessoas habitavam a região do vale do Alto da Fartura.
Com a abertura da fazenda Santa Rita para o cultivo de café várias famílias italianas, instaladas na região de Santa Rita do Passa Quatro, oriundas da primeira imigração italiana para o Estado de São Paulo, transferiram-se da chamada zona do café (Ribeirão Preto, Santa Rita do Passa Quatro, Descalvado e outras) para o Alto Fartura.
Poucas pessoas habitavam naquela época o sertão da chamada Fazenda Corrêas e esses e os novos habitantes, tinham por força, de se abastecerem de todo o necessário na cidade de Fartura, mesmo a assistência religiosa era ministrada na sede do município. A única via de comunicação com Fartura, consistia num picadão aberto em plena mata virgem, por onde se escoava a pequena produção agrícola que, na época pouco valia. Os porcos cevados eram conduzidos tocados a procura de centros consumidores e, não raro, eram conduzidos a Taubaté e Cruzeiro do Vale da Paraíba, onde alcançavam preços mais remunerados (de 5 a 6 mil réis por arroba).
Não havia sequer cemitério e os defuntos eram transportados por léguas e léguas, em redes, por picadões em plena mata virgem para serem sepultados no cemitério de Fartura. Assim um grupo de idealistas, chefiados por João Meneghel, se dispôs a fundar um “Patrimônio”.
Divergências surgiram quanto a localização da futura cidade; João Floriano Martins, conhecido João Correia Preto, era da opinião que o local propício seria à margem do picadão que demandava Fartura, onde então era a propriedade da família de Cecílio Romano. Por outro lado, o velho Manuel Joaquim Mendes insistia que o patrimônio se localizasse perto de sua propriedade, no Bairro dos Romanos. Prevaleceu, no entanto a opinião de João Meneghel e João Carniato, que escolheram o local das “Sete Encruzilhadas”, assim chamado porquê desse local partiram sete picadas para os sete bairros mais povoados.
Com a doação de uma pequena gleba de terras, os pioneiros erigiram em 1902, uma capela, a Santa Rita de Cássia, onde hoje é o Jardim Público, e a 3 de maio do mesmo ano, foi levantado o primeiro cruzeiro. “Símbolo da Fé”.
Começaram então a aparecer as primeiras construções e as primeiras casas de comércio. Com o fracionamento da Fazendo Corrêas que era de mais ou menos 12.000 alqueires, em pequenas propriedades, o comércio e a produção tomaram vulto e a população sempre crescendo de forma que a primitiva capela não comportava mais o povo. Construiu-se em 1905 uma nova capela edificada de tijolos e coberta de telhas.
Em 1910, com julgamento da divisão da Fazenda Corrêas fixou-se o patrimônio de Santa Cruz, que tomou o nome de “Santa Rita da Concordância”. Em 19 de dezembro de 1911, foi criado por Lei Estadual o Distrito da Paz que tomou o nome de Ribeirópolis, em homenagem a José Deocleciano Ribeiro, chefe político do velho PRP, proprietário da Fazenda Santa Rita.
Anos depois, Ribeirópolis passou a se chamar Taguaí, palavra de origem indígena, que no tupi-guarani quer dizer barro de cerâmica e água.
Finalmente em 18 de fevereiro, de 1959, foi criado o município de Taguaí, e instalado com festas a 1º de janeiro de 1960, em sessão solene, presidida pelo Dr. Ivanhoé Nóbrega de Sales, DD. Juiz de Direito da Comarca de Piraju, sendo empossado, na ocasião o primeiro prefeito, João Gobbo Sobrinho, seu vice Vitório Bérgamo; e vereadores Salvador Gobbo; Emílio Soldera; Luiz Lorenço Lança; Lauro Carbonera; Fernando André Mazeto; José Bérgamo; Luiz Bérgamo; José Boranga e Clóvis Augusto Gobbo.
Nesta época o município contava com aproximadamente 4.767 habitantes, na sua maioria moradores da zona rural.
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