Um grupo de comerciantes farturenses, liderado pelo presidente da Associação Comercial (Acif), Conrado Bortotti, se reuniu na manhã deste sábado (10) com o prefeito de Fartura, Luciano Filé, e o coordenador da saúde, Renan Oliveira, para tentar reverter o último decreto do Executivo, que proíbe o atendimento presencial e drive thru da maioria dos comércios, sendo permitido somente delivery (entregas). Participaram do encontro no pátio do Paço Municipal o advogado Paulo Jaba, o vereador Filipe Dognani e o chefe de gabinete Carlos Magno.
Os representantes de supermercados, mercearias, açougues, padarias e quitandas informaram ser inviável trabalhar somente com entregas a partir de segunda-feira (10). Muitos declararam que fecharão as portas de seus estabelecimentos enquanto perdurar o novo decreto.
Os problemas apresentados pelos empresários são: falta de veículos e funcionários para realizar as entregas, alto preço dos combustíveis, dificuldade em cobrar taxa de entrega para compras pequenas, falta de equipamentos para cobrança em cartão (maquininha), possibilidade de perder o cliente para estabelecimentos de municípios vizinhos, entre outros.
Já os comerciantes que trabalham com venda de salgados, lanches e comidas em geral reivindicam o retorno do atendimento no sistema drive thru e retirada no balcão.
Todos disseram ser favoráveis ao aumento de restrições e fiscalização nos atendimentos presenciais, como também seguir a risca o Plano São Paulo da fase vermelha.
Ao utilizar a palavra, o prefeito Luciano Filé frisou que Fartura infelizmente hoje se encontra com um quadro crítico de casos de contaminação e mortes pela covid-19. Disse que a Santa Casa está com praticamente o dobro de internações que de leitos disponíveis para pacientes com coronavírus. Comentou ainda que existe a possibilidade de “novas cepas” já circularem no município e que isso está sendo investigado.
O prefeito salientou que a primeira ideia era fazer um lockdown, mas que repensou junto com sua equipe e mudou de ideia, porém ainda não está descartada a possibilidade. “Estamos trabalhando com a realidade dia a dia”, falou.
Sobre o não fechamento das confecções, Filé declarou que os empresários do ramo apresentaram um plano de trabalho com diminuição de contingente e protocolos a serem seguidos, e que o fechamento poderia ocasionar em muitos trabalhadores circulando nas ruas nesse momento crítico. Ele argumentou que uma fiscalização diária será realizada pela Vigilância Sanitária para verificar se as confecções estão seguindo o acordo. Também disse que os empresários aguardam um plano do governo federal, semelhante ao do ano passado, que deixaria os funcionários em casa recebendo mediante auxílio.
Ficou acordado na reunião que a Acif junto com os empresários vão apresentar um plano de trabalho até o final da tarde, que será analisado pelo Executivo com possibilidade de mudanças no decreto.
“Apresente para mim, pois não sou o dono da verdade e vamos analisar com critério e decidir até amanhã”, finalizou o prefeito.
- Fartura