A cana de açúcar, quando corretamente utilizada, é uma excelente alternativa para melhorar a alimentação dos bovinos de corte e leite, principalmente nos períodos secos do ano. Apresenta as seguintes características:
- Alta produção de matéria verde (90 a 120 toneladas por hectare)
- Alta produção de matéria seca (MS) por hectare (27 a 32 toneldas)
- Exige poucos tratos culturais;
- Possui um custo de produção relativamente baixo;
- Mantém o valor nutritivo (principalmente energético), por longos períodos;
- Cultura perene, e a renovação do canavial só são realizadas a partir do quarto ano;
- Períodos de maturação e colheita coincidem com o de escassez de pasto;
- Possui boa palatabilidade, portanto é bem aceita pelos animais;
Para manter uma boa produtividade, é necessário que após cada corte se faça adubação de cobertura. (consultar um agrônomo para indicação correta do adubo a ser usado). Aplicação de esterco de curral é sempre recomendado.
Quanto à utilização da cana in natura, o processo exige mão de obra e equipamentos para colheita, uma vez que o ideal seria proceder ao corte e moagem todos os dias. No entanto, devido à grande produção de massa verde por área, este processo passa a ser viável, pois se consegue grandes volumes em curto espaço de tempo e, isto torna o custo do alimento dentro de uma faixa de custos aceitáveis.
Outra forma de utilização da cana de açúcar é a ensilagem.
Segundo o Professor Nússio da ESALQ de Piracicaba, citado pelo Dr. João Paulo da ReaHAgro, as principais vantagens da ensilagem da cana são:
- “Concentração de atividades na colheita, podendo esta ser terceirizada em um período curto; redução dos custos de transporte interno dentro da propriedade e redução da mão de obra diária. Ressalta-se ainda, que a ensilagem da cana é feita, na maioria dos locais, na época seca do ano, o que facilita muito o processo e diminui perdas.
Outro ponto a ser levado em conta, é que ao cortarmos todo o talhão de cana para ensilar, ocorre um aumento da longevidade do canavial, devido à melhor execução das práticas agronômicas de manejo, o que deve ser considerado, já que o custo de implantação do canavial tem elevada participação no preço final da tonelada de matéria seca produzida. Quando aumentamos a vida útil do canavial, diluímos esse custo.
Apesar do aumento da vida útil promovido pela ensilagem da cana, deve-se ficar atento as perdas pela produção de etanol por leveduras, o que é um dos principais problemas na confecção da ensilagem de cana. O etanol produzido acarreta elevadas perdas de matéria seca, redução do valor nutricional e baixo consumo pelos animais.
Os produtores devem estar cientes da necessidade de se utilizar um aditivo, o qual deverá inibir a população de leveduras e/ou bloquear a fermentação e produção de álcool”.
Tanto a cana de açúcar em natura como a silagem, possui baixos teores de proteína bruta, e altos teores de açúcar, fazendo com que se torne um alimento desbalanceado, não sendo recomendado como alimento único aos animais. Outro fator desfavorável é que a digestibilidade dos nutrientes existentes é baixa, devido à constituição de suas fibras.
No entanto, com os aditivos, enzimas, probióticos existentes hoje no mercado, podemos tornar a cana em um alimento importante, pois estes aditivos auxiliam as quebras das ligações entre as fibras, fazendo com que uma grande parte dos nutrientes, que estavam ligados a estas fibras, sejam disponibilizados para a absorção animal.
Outro fator de grande importância, principalmente para pequenas propriedades, é que se pode utilizar uma pequena quantidade de cana por dia, somente para promover a ruminação dos animais e os nutrientes necessários para a produção fornecemos no concentrado.
Um hectare de cana, produzindo 100 toneladas de matéreia natural, consequentemente 28 a 30 ton de matéria seca, pode alimentar 10 vacas, produzindo 25 kg de leite por dia (somente fornecendo o suficiente para a ruminação (6 a 8 kg de MS por dia), po um ano.
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