Alexandre Galçone e Laura Beatriz de Oliveira tinham quatro filhos cada e morreram após o carro deles invadir a pista contrária e bater de frente com o caminhão, em Avaré (SP). Caminhoneiro não se feriu.
A Polícia Civil deve ouvir o motorista do caminhão envolvido no acidente na Rodovia João Mellão (SP-255), em Avaré (SP), em novembro deste ano. Alexandre Galçone e Laura Beatriz de Oliveira tinham quatro filhos cada e morreram após o carro deles invadir a pista contrária e bater de frente com o caminhão, segundo a polícia. O caminhoneiro não se feriu.
A informação foi confirmada ao g1 pelo delegado responsável pelo caso, Osmar Scucuglia Filho. A data do depoimento ainda não foi agendada. As autoridades não descartam nenhuma hipótese na investigação.
Laura estava voltando da comemoração do aniversário dela no momento do acidente. Ela havia completado 28 anos no dia 22 de novembro. Alexandre Galçone, companheiro de Laura, dirigia o carro e também morreu no acidente.
Segundo o tio de Laura, Flávio Orlando, o casal estava separado. Ele contou ao g1 que Alexandre procurou a família para ajudar a convencê-la a conversar com ele no dia do aniversário.
"Ela não estava querendo mais e eles chegaram a passar um tempo afastados, mas ele pediu para falarmos com ela e eles toparam conversar. Eles ficaram juntos por pouco tempo", contou o tio da mulher.
De acordo o registro da ocorrência, o casal morreu ao tentar fazer uma ultrapassagem na rodovia. O casal deixa oito filhos, sendo quatro de Alexandre e quatro de Laura. Conforme as famílias, todos são crianças.
O ex-marido e pai de três dos quatro filhos de Laura, Rafael Moreira, conta que a vítima trabalhava em uma ótica da cidade e a descreve como "uma mulher exemplar".
"Ela era uma pessoa muito amorosa com os filhos. Uma pessoa muito especial, que trabalhava demais e que fazia de tudo para sustentar a casa. Os meus três filhos com ela continuarão comigo, já que eles passavam o maior tempo comigo devido à guarda compartilhada", descreve.
Ao g1, o ex-marido de Laura comentou que as outras crianças, sendo uma da mulher e os quatro de Alexandre, ficarão sob a tutela dos respectivos pais.
"Estou recebendo apoio muito grande da minha família, felizmente. Aqui tem toda uma estrutura, roupas, os quartos deles, a avó e tudo mais. É triste, está sendo muito dolorido", lamenta.
O acidente - O acidente ocorreu por volta das 2h do dia 23 de novembro, no km 272, segundo o Centro de Controle Operacional da SPVias. A concessionária informou que acionou equipes de resgate e operação, além do Corpo de Bombeiros, para prestar atendimento e organizar o tráfego no trecho.
Laura e Alexandre morreram no local. O motorista do caminhão teve ferimentos leves e assinou um termo de recusa de atendimento.
A pista precisou ser interditada para o trabalho das equipes e foi liberada às 7h. Durante o bloqueio, o tráfego foi desviado. Não houve registro de congestionamento ou lentidão, de acordo com a SPVias.
As causas do acidente serão investigadas. Segundo o boletim de ocorrência, registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o motorista do caminhão testou negativo para o teste do bafômetro.
O delegado responsável pelo caso afirma que, apesar de o boletim de ocorrência ter sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar), nenhuma hipótese, inclusive de o acidente ter sido intencional, está descartada.
"Dadas as devidas circunstâncias, nenhuma possibilidade está descartada, de ter sido homicídio, suicídio ou algum outro tipo de crime. No momento, estamos aguardando os resultados do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) e, a partir deles, vamos coletar novas provas para as apurações", diz.
Por Diogo Del Cistia, g1 Itapetininga e Região