Vítima disse que registrou boletim de ocorrência sobre o caso, e o vereador Cláudio Oklahoma (PSL), de Tatuí (SP), nega que seja o autor das mensagens. Prints repercutiram nas redes sociais.
A Câmara Municipal de Tatuí (SP) anunciou que vai investigar as denúncias que acusam um vereador da cidade de se referir a uma mulher negra como "chita", "carvão queimado" e outras expressões racistas em um grupo de WhatsApp.
O caso ganhou repercussão nesta terça-feira (29) depois que prints foram divulgados nas redes sociais. O vereador Cláudio Oklahoma (PSL) nega que seja o autor das mensagens (leia mais abaixo).
Nos prints que circulam entre na internet, uma das mensagens diz que a mulher negra sobre quem os integrantes do grupo comentavam seria transferida para trabalhar em Quadra "porque é muito feia para ficar na agência de Tatuí. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada, de feia".
Nas mensagens atribuídas ao vereador, ele também supostamente se refere à mulher como "diabo", "vesga" e diz que "o filho é tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora".
Os prints também atribuem ao parlamentar mensagens de cunho sexual sobre a vítima, chamada de "neguinha" na conversa, e o envio da foto de uma banana com a legenda: "deixa a chita louca".
A vítima disse que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) protocolou uma petição na Câmara Municipal para afastar o vereador por improbidade administrativa.
O documento também pede a abertura de uma sessão extraordinária para pedir a cassação do parlamentar, "por decorrência de ações racistas, sexistas e misóginas contra uma cidadã do município".
Repercussão
Coletivos antirracistas e feministas de Tatuí repudiaram a atitude atribuída ao vereador e divulgaram um abaixo-assinado nas redes sociais pedindo a cassação de Cláudio Oklahoma. O abaixo-assinado tinha quase 4 mil assinaturas até o início da tarde desta quarta-feira (30).
Em nota, a Câmara Municipal de Tatuí afirmou que todas as denúncias serão apuradas e que "não compactua com os atos supostamente cometidos por um membro do Poder Legislativo".
O presidente da Câmara, o vereador Antônio Marcos de Abreu (PSDB), disse que o caso "entristece, é lastimável e intolerável", e que não será omisso diante dos fatos.
Posicionamento do vereador
Depois da repercussão dos prints, o vereador Cláudio Oklahoma também publicou uma nota de posicionamento nas redes sociais.
O parlamentar disse que os prints divulgados são montagens para prejudicá-lo, "sem qualquer nexo e/ou verdade, produzidos por um desafeto que há tempos vem atacando eu e minha família, por razões políticas, principalmente por não ter cedido a pressões políticas para beneficiar – ilicitamente – tal pessoa".
De acordo com o vereador, ele já foi alvo de outros ataques na internet feitos pela mesma pessoa, que seria conhecida no meio político por criar "fake news" e teria confessado para um amigo que faria montagens de cunho racista para desmoralizar a imagem dele.
Cláudio disse ainda que é "contra qualquer discriminação" e que está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades.
"Até o momento, não recebi nenhuma comunicação oficial de nenhuma autoridade, que exija minha manifestação oficial, seja por mim, por minha assessoria ou por meu jurídico", afirmou.
Fonte: G1