Conhecido como centro do comércio ela tem a preferência dos farturenses e turistas
A Rua do Barão do Rio Branco é considerada a mais tradicional da cidade, tendo a preferência da população e dos turistas, sendo a mais movimentada, pois concentra a maioria dos comércios.
Segundo estimativas da Associação Comercial e Industrial de Fartura (Acif), a rua conta com 141 comércios ativos, um número bastante alto, que supera o número de residências na Barão.
É praticamente impossível um turista ou farturense que atualmente mora fora, vir até Fartura e não passar pela Barão. Seja por rota para ir em algum lugar, pois é umas das ruas centrais ou para visitar o comércio, este que é vasto e tem lojas e empresas de todos os segmentos.
RESGATE HISTÓRICO
De acordo com o escritor Renato Ribeiro Palma, em alguns de seus livros, como: “Almanaque Farturense” e “Fartura em Fatos”, a rua é descrita algumas vezes.
No ano de 1907 o local é denominado “Rua do Comércio”, passando só em 1930 a ter o nome que vigora até hoje, ou seja, Barão do Rio Branco.
Neste mesmo ano de 1930, uma importante obra foi bancada pelos próprios moradores e comerciantes da rua, a canalização da água. Algo que na cidade só foi acontecer por intermédio da Prefeitura mais de 20 anos depois, nos anos 1950.
O escritor ainda salienta que a rua depois do Supermercado São Francisco, até o final da Barão, era conhecida como “Turquia”, porque era onde ficava o comércio dos sírios: Farah, Maluly, Jacob, entre outros.
Quatro bancos já foram situados na Barão, sendo: Banco Francês e Italiano; Banco Comércio e Indústria; Banco Noroeste; e Banco Sul América.
A primeira bomba de gasolina da cidade pertencia ao senhor José Lucarelli, e ficava ao lado do armazém, onde também funcionava uma fábrica de macarrão e ele também fazia vinho de laranja e uva.
Na Barão também já funcionaram três hotéis, a sede dos Escoteiros, Coletoria e a primeira rádio da cidade.
Todas estas notícias foram tiradas de jornais, menos a do senhor Lucarelli, que foi passada pelo seu neto, João Vaca.
COMÉRCIOS DE DESTAQUE
Além de alguns comércios citados acima, outros de destaque que já fizeram parte da Barão, ou se destacando pelo tempo de atividade ou peculiaridades, grande público atingido, etc, estão:
Secos e Molhados do senhor Ernesto de Godoy Soares, Bar do Vardo Fidelis, Mercearia do Zé Miranda, Açougue da Tica e do Fuminho, Loja do Ben, Lanchonete A Toca, Restaurante Farturão, Fotografia do Kikut, Açougue do Pedrinho Nogueira (Quati), Bar do Aroldo, Relojoaria do Abel, Tomé Sapateiro, Loja do seu Orestes Garbelotti, entre outros.
MORADOR ILUSTRE
O professor aposentado Sinésio Dognani já viu muitos comércios abrirem e fecharem na Barão, pois é um dos moradores mais antigos da rua ainda vivo.
Ele conta que foi morar com seu pai, em meados dos anos 1950, mas que na década de 60, montaram um comércio, a “Casa de Material Elétrico”, ele tendo sido gerente por anos. E que ao lado da loja tinha também uma oficina que consertava a parte elétrica dos carros.
“Aqui é e sempre foi o melhor comércio da cidade, a coqueluche de Fartura é aqui na Barão”, destaca.
Ele ainda diz que a Barão melhorou muito aos longos dos anos e se destaca como rua do comércio, concentrando grande movimento todos os dias. “Eu não troco aqui por lugar nenhum, comprei casa aqui e não dá para mudar”, frisou ele que fica boa parte do seu dia em frente à sua casa jogando “palavras cruzadas” e “sudoku”.
FAMÍLIA CENTENÁRIA NA BARÃO
A Família Cagnoni/Rocha surgiu depois do casamento de Pedro Cagnoni com Maria Esteves da Rocha, no ano de 1916, tendo propriedades na Rua Barão do Rio Branco já nesta época, ou seja, há mais de 100 anos.
Onde hoje é a farmácia da Margareth, Ótica HR e Sol Coxinha era um enorme casarão, onde a família Cagnoni/Rocha tinha um bar-mercearia por muitos anos, até que, finalmente Pedro Cagnoni se aposentou em torno de 1962.
Uma das filhas de Pedro Cagnoni, Maria de Lourdes Cagnoni, continuou os investimentos da família e agregou mais dois terrenos aos bens da família e construiu sua casa em 1954 com seu marido Domingos Garbellotto.
Como negócio da família, Sr. Domingos comprou e construiu ao lado de sua casa 1968 um pequeno barracão onde abriu uma mercearia. Com o crescimento dos negócios, em 1975 construiu-se um barracão bem maior ao lado e criou-se o Supermercado Garbel, que perdurou até seu fechamento em 1983.
RELATOS DE SEU ORESTES GARBELOTTI
Aqui temos um relato concreto deixado escrito pelo saudoso Orestes Garbelotti, que há quase 80 anos iniciava seu comércio na Rua Barão do Rio Branco.
“Em 15 de março de 1944, deixei o emprego na Casa Del Cístia, para trabalhar numa firma, que já era estabelecida da cidade de Sarutaiá, e que comprei em sociedade com o meu saudoso e querido cunhado Odorico de Lima Tucunduva. Essa firma foi adquirida de Issa Malully. Nosso estabelecimento comercial foi instalado em Fartura e funcionou sempre na rua do comércio da cidade, Rua Barão do Rio Branco, n° 123 e recebeu o nome de Casa Paulista de Tucunduva & Garbelotti”, consta no manuscrito.
Era uma loja de tecidos, presentes, armarinhos, ferragens, papelaria e fogos de artifício. Também possuía uma seção de secos e molhados, ou seja, tinha de tudo um pouco.
“Secos e molhados era um termo popular no comércio em todo lugar e que de um modo geral significava que esses estabelecimentos ou lojas procuravam atender todas as necessidades dos fregueses no entorno, ou seja, procurava ter no estoque desde alguns tipos de alimentos, presentes, ferragens, louças, panelas, materiais escolares e assim por diante”, explica o texto deixado por seu Orestes.