Foi lançado na sexta-feira, 25 de setembro, um livro com narrativas do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que conta sobre o período em que se propôs a combater o coronavírus no Brasil.
Chamado “‘Um Paciente Chamado Brasil”, o livro foi escrito pelo jornalista avareense Walter Nunes e partir de depoimentos do ex-ministro, narra desde a descoberta da disseminação do vírus no Brasil, em janeiro, até a queda de Mandetta no Ministério, em 16 de abril, após um processo de desgaste com o presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o livro, as projeções mais otimistas de Mandetta indicavam que 30 mil brasileiros morreriam em decorrência da covid-19. As mais pessimistas apontavam 180 mil mortes, caso não fosse adotada nenhuma medida. O livro conta que em 28 de março houve uma reunião em que Mandetta teria mostrado os números a Bolsonaro, que ignorava os alertas. Atualmente o Brasil passou de 140 mil mortes.
Segundo o ex-ministro, o presidente nunca se sentou com ele para ver o que seria enfrentado. No livro, Bolsonaro passou a contrapor o Ministério da Saúde em discursos contra o isolamento social – defendido pelo então ministro – e a favor da cloroquina para tratamento contra o vírus – mesmo sem eficácia comprovada. Mandetta afirmou que o presidente sugeriu mudanças na bula do remédio por decreto, para ampliar a oferta.
Em outro embate com Bolsonaro, Mandetta acusou o presidente de ter sido desleal e de tê-lo ameaçado. O ministro relatou no livro que o presidente teria dito “Sua hora vai chegar”. “No meu estado, se uma pessoa diz isso, significa ameaça de morte”, declarou o ex-ministro. Na ocasião, Bolsonaro declarou que poderia “usar a caneta” contra ministros que viraram “estrelas” – na época, Mandetta era mais bem avaliado que o presidente. (Com informações do site: ovictoriano.com.br)
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