O aluno de paraquedismo que morreu ao cair sobre o telhado de uma casa após um salto em Boituva (SP) foi enterrado nesta quarta-feira (20) em Diadema (SP), cidade onde morava.
Nas redes sociais, amigos e parentes deixaram homenagens a Andrius Jamaico Pantaleao. Ele tinha 38 anos, era empresário e estava começando a fazer aulas de paraquedismo. Ele foi sepultado às 11h30 no Cemitério Jardim Vale da Paz.
"Sem acreditar que você se foi, meu amigo. Que Deus te receba de braços abertos. Um ser humano incrível, já está fazendo muita falta. Que Deus conforte seu coração e da sua princesa", publicou uma usuária.
O acidente aconteceu no início da tarde de terça-feira (19) na Rua José Scomparim, em Boituva. Segundo a polícia, a vítima atingiu o telhado de uma casa no Jardim Hermínia e colidiu contra o solo em alta velocidade.
O paraquedista morreu no local do acidente, e o corpo dele foi levado ao Instituto Médico Legal (IML). Segundo a Polícia Civil, foi feita perícia no local da acidente, e o resultado deve ser divulgado em 30 dias.
De acordo com o presidente da Associação dos Paraquedistas de Boituva, Andrius estava com a documentação em dia para praticar o esporte e saltou acompanhado de um instrutor devidamente habilitado.
Paraquedas não abriu?
A Polícia Civil está investigando as causas do acidente que matou Andrius Jamaico em Boituva. Segundo o delegado responsável pelo caso, os policiais constataram no local da queda que não houve a abertura total do equipamento da vítima e que, antes de cair, o paraquedista girou várias vezes no ar.
"Pelo que a gente viu no local, não houve a abertura total do equipamento, ou até não abriu nada, nenhum dos dois velames, nem o reserva, nem o principal. Mas isso é difícil dizer, porque ainda vai ter que ser feita uma perícia para entender o que de fato aconteceu", afirma o delegado Emerson Jesus Martins.
Para o presidente da Associação de Paraquedistas, o acidente aconteceu porque o aluno não utilizou a "regra dos cinco segundos", que diz que o atleta deve abrir o paraquedas imediatamente se não ficar estável no ar dentro do período estipulado.
"A gente acredita que o aluno perdeu a estabilidade em queda livre e, em vez de acionar o paraquedas, ele ficou brigando para tentar recobrar a estabilidade. O dispositivo de acionamento automático funcionou, liberou o paraquedas reserva, porém, no processo de abertura, pelo paraquedista estar girando, ele acabou enroscando no corpo dele e interrompendo o processo de abertura", explica Marcelo Costa.
Em nota, a Prefeitura de Boituva lamentou a queda e disse que servidores da Secretaria de Administração acompanharam os trabalhos do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da perícia.
A Confederação Brasileira de Paraquedismo (CBPq) também prestou solidariedade à família e ao clube da vítima, e se colocou à disposição para auxiliar na coleta de informações e analisar as causas do acidente.
Além disso, a CBPq informou que foram suspensas, até a produção de um relatório de investigação sobre o acidente, as atividades do clube de paraquedismo do qual a vítima fazia parte, "em respeito ao aluno, tendo em vista a apuração das causas do acidente e as devidas questões legais".
Já o WOW Paraquedismo, clube do qual a vítima fazia parte, não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta reportagem.
Estragos
Depois da queda do paraquedista em Boituva, a Defesa Civil foi até o endereço, fez a limpeza dos estragos e avaliou o imóvel atingido. Segundo o órgão, a estrutura da casa não foi comprometida.
Apesar disso, o dono da casa reclamou, em entrevista à TV TEM, das rotas utilizadas pelos paraquedistas pela prática do esporte na cidade.
"Poderia ter caído na casa do vizinho, na minha casa, mas foi no portão de casa. A gente estava com três netos, que estão de férias e os pais saíram para trabalhar. Por sorte, eles estavam dentro de casa", afirmou Celso Benedito Cardoso.
Sobre isso, o presidente da Associação dos Paraquedistas de Boituva alegou que normalmente os saltos não são realizados nos centros urbanos.
"Hoje a gente já tem alguns planos emergenciais para não voar em baixa altura em cima da cidade e evitar os lançamentos em cima da cidade, justamente para evitar a parte urbana, para evitar acidentes, afirma Marcelo Costa.
Fonte: G1 Itapetininga e Região