O homem acusado de matar o sogro a facadas em outubro de 2010, em Tatuí (SP), vai passar por júri popular nesta terça-feira (21), 12 anos após o crime. O julgamento começou às 10h no Fórum da cidade.
Papick Viscelli foi preso em flagrante no dia do crime e ficou detido por seis anos, até ser beneficiado com a liberdade provisória em outubro de 2016. Segundo a família da vítima, Papick cometeu o crime porque não aceitava a separação da esposa.
Ao g1, Anna Laura Unterckircher Badin, filha da vítima, contou que o réu foi até a casa dos sogros no dia do crime para tentar convencer a irmã dela a não se separar.
No entanto, ela disse que Papick havia levado duas facas e atingiu o sogro, a sogra e a esposa durante a discussão. Além disso, os pais do homem também estavam no local e tentaram intervir na agressão, mas o pai dele também acabou ferido.
Eli Bendito Donizetti Badin não resistiu aos ferimentos e morreu. Já a sogra do réu teve ferimentos graves e ficou internada por três semanas após o crime, segundo a família.
Anna Laura contou ainda que a irmã dela também se recuperou dos ferimentos causados pela agressão, mas morreu nove meses depois do crime em um acidente de moto em Paraibuna (SP). Desde então, a filha da vítima com o réu, agora com 13 anos, ficou sob os cuidados da tia e da avó.
“Eu não presenciei o crime, mas agora com o julgamento, é como se eu estivesse revivendo tudo. Mesmo que a vida do meu pai não volte mais, a gente espera que ele saia de lá preso, que a justiça seja feita”, afirma Anna Laura, que é estudante de direito.
Julgamento
Conforme o processo judicial, Papick foi denunciado pelos “crimes de homicídio consumado em face de seu sogro e homicídio tentado em relação a sua esposa, sua sogra e seus pais”. Agora, ele será julgado pelos delitos.
“É uma mistura de tristeza com felicidade. Tristeza de reviver tudo novamente e felicidade de saber que ele pode pagar o que ele fez, que já tá mais do que na hora”, relata Anna Laura.
De acordo com a família da vítima, o julgamento era para ter sido realizado em maio, mas o advogado do réu apresentou um atestado médico por depressão, e o júri foi adiado. Para Anna Laura, a condenação já deveria ter saído há anos.
“Já era para ter acontecido muito antes porque em outubro vai fazer 12 anos, e é um crime hediondo, por motivo fútil e arma branca. [...] A gente tem medo porque, quando ele estava no hospital, ele fez ameaças dizendo que ele ia terminar o que ele começou. Minha mãe não dormia quando ele foi solto. Vivemos momentos horrorosos”, desabafa.
O g1 tentou entrar em contato com a defesa do réu, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem.
Fonte: G1 Itapetininga e Região