Crime aconteceu em Iacanga quando a vítima foi até a casa do ex-marido acompanhada da filha do casal. Criança de 8 anos presenciou as agressões e estava em choque no local quando o irmão chegou.
Foi preso na noite desta terça-feira (28) o homem suspeito de matar a ex-mulher com golpes de barra de ferro em Iacanga (SP). Renato José de Campos, de 46 anos, fugiu após o crime na madrugada da terça-feira e foi localizado em um canavial de uma propriedade rural entre Iacanga e Reginópolis. O suspeito foi localizado com a ajuda de um drone.
A vítima, Roseli de Cássia Borges Crepaldi, que também tinha 46 anos, foi agredida após uma discussão com o ex-marido. De acordo com a polícia, ela foi até a casa do suspeito acompanhada da filha do casal, uma menina de 8 anos, que presenciou as agressões.
O outro filho do casal, um jovem de 22 anos, foi uma das primeiras pessoas a ser avisada do crime. Em entrevista ao g1, ele disse que encontrou a irmã em estado de choque e a mãe com ferimentos graves na cabeça.
“Foram momentos de medo, além de impotência de chegar e ver minha irmã chorando, implorando por ajuda, e minha mãe no chão toda sangrando. Ela [a irmã] estava em estado de choque”, conta o filho de Roseli, Renato Henrique Crepaldi de Campos.
Roseli chegou a ser socorrida e levada para Unidade de Pronto-atendimento de Iacanga e depois transferida para o Hospital de Base em Bauru, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ainda na madrugada. Após o crime, Renato fugiu a pé da casa. A barra de ferro usada no crime foi localizada na casa ainda com marcas de sangue.
Com informações de que o suspeito estaria na zona rural, a equipe da Polícia Civil iniciou as buscas. O pedido de prisão temporária de Renato já havia sido expedido pela Justiça quando ele foi localizado.
A Polícia Militar deu apoio nas buscas, inclusive com o uso do Helicóptero Águia, e o suspeito foi localizado por volta das 22h. Ele foi encaminhado para cadeia pública de Avaí e está à disposição da Justiça.
Relação de mais de 20 anos
Segundo Renato, o casal, que esteve junto por mais de 23 anos, havia se separado, mas ainda mantinha uma relação de proximidade, apesar do ciúme do pai.
“A relação entre o meu pai e minha mãe foi boa por um tempo, mas depois a desconfiança tomou conta. Brigavam muito por ciúmes, principalmente meu pai com minha mãe. Diversas vezes tínhamos que separar discussão. Mas nunca imaginamos isso”, relata.
Para Renato, o pai não aceitava o fim do relacionamento. Ele conta que a mãe chegou a ter uma medida protetiva contra o ex-companheiro, mas a divisão nos cuidados da irmã fazia com que eles continuassem próximos.
“O término foi complicado, pois, mesmo separados, eles viviam juntos. Minha mãe vinha na casa dele para limpar e cozinhar, levava nossa irmã, parecia uma relação boa. Mas o ciúmes se tornou muito grande porque minha mãe seguiu com a vida dela, começou a se relacionar com outros homens”, diz Renato. No momento, Renato, que tem o mesmo nome do pai, se concentra em amenizar o sofrimento da irmã mais nova.
“Ela ainda não sabe, iremos contar com calma. Já consultamos um psicólogo e ele já nos orientou. Quando tudo aconteceu, só estava ela, minha mãe e nosso pai. Foi ela quem pediu ajuda, quem viu toda a situação. Ela se encontra muito assustada”, relata.
Roseli de Cássia Borges Crepaldi foi sepultada na tarde de terça-feira, no Cemitério Municipal de Iacanga.
“Foi algo tão bárbaro. Mas vou guardar tudo de bom que minha mãe sempre passou pra mim. Uma mulher alegre, batalhadora, uma super mãe. Nunca me deixou faltar nada, sempre esteve presente em minha vida, sempre foi minha amiga. Vou levá-la comigo mesmo que não seja presente”, lamenta o jovem.
Informações: g1 Bauru e Marília