O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo, celebrada anualmente, é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
Em Fartura, a psicóloga Daniela Viana, do setor de Saúde Mental, faz um alerta sobre a importância de todos manterem atitudes acolhedoras durante os outros meses do ano, com base na prevenção.
A profissional compartilhou alguns conteúdos explicativos sobre o tema e reforça que todos pratiquem a empatia e a solidariedade.
Acompanhe:
“Em janeiro João tinha toc, foi chamado de bobo.
Em fevereiro Paula era bipolar, e a chamaram de doida.
Em março Júlia tinha crises de ansiedade, e diziam para ela se focar no presente.
Em abril Leandra tinha anorexia, e ouvia as pessoas rindo e falando dela.
Em maio Maria teve síndrome do pânico, e disseram que era frescura.
Em junho Paulo teve depressão, e foi chamado de fraco.
Em julho Lucas descobriu a esquizofrenia, e disseram que era invenção da cabeça dele.
Em agosto Daniel teve transtorno da personalidade borderline, e falavam que ele queria chamar atenção.
Em setembro tudo ficou Amarelo, as pessoas começaram a entender todos os problemas e nos estenderam a mão, nos medicaram e postaram textos em suas redes sociais para nos apoiar.
Porém em outubro continuaram a nos chamar de loucos, fracos, e diziam que nos faltava fé.
‘Sua vida é tão boa!’
‘Como pode reclamar?’
Eles diziam.
Em novembro Paulo se matou.
‘Mas era tão jovem!’
‘Era uma boa pessoa.’
Porém, tudo que queria era que todos os meses fossem amarelos também, que os julgamentos acabassem e que as pessoas realmente entendessem que os problemas psicológicos não são escolha nossa, e que nós precisamos de ajuda não só em setembro, mas em todos os meses.
Então, a partir de hoje, faça o Setembro Amarelo ser presente em todos os dias do ano, pois agora mesmo você pode estar ao lado de um Paulo e não sabe.”
- Fartura