Esta semana a psicóloga e psicanalista Bernadete Silvana S. Machado, de Fartura, concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal Sudoeste do Estado, onde retratou como foi a sua luta contra o coronavírus.
Bernadete tem um consultório particular em Fartura, cidade em que mora com seu esposo André Sabino, que também contraiu a doença, porém ele só precisou ficar em monitoramento domiciliar e isolamento social, pois foi acometido de forma leve.
Já Bernadete ficou quase 10 dias internada no Hospital de Ourinhos, embora não tenha ficado no balão de oxigênio, nem entubada, ela conta que passou por dias péssimos, mas que sua fé em Deus e na Ciência, foram preponderantes para sua recuperação, assim como os profissionais envolvidos na sua melhora.
“De início comecei a sentir sintomas de gripe e achei que era normal, pois estamos no inverno, estação em que as doenças respiratórias aparecem. Acabei me automedicando, o que é errado. Mas, passou uma semana tomando o medicamento e não vi melhora, pelo contrário os sintomas foram se potencializando. Aí fui ao médico do posto aqui em Fartura, que examinou meu marido e eu e pediu para fazer o exame que foi pra Botucatu. Mas, o resultado demora a chegar. Aí passou três dias desde o exame e comecei a arruinar, com muita febre, esmorecimento no corpo, falta de força, desanimo, falta de apetite, de paladar, de olfato e muita dor de cabeça. E no dia 24 de julho fui pra Ourinhos, no Hospital da Unimed, onde após fazer avaliação o médico disse que eu deveria sim estar com covid. Fiz ecocardiograma, tomografia do pulmão e exames de sangue, foi diagnosticado que eu já estava com comprometimento, com predisposição a trombos e uma infecção acentuada. Imediatamente me internaram e todo protocolo foi realizado, assinei uma autorização para que administrasse cloroquina em mim, pois segundo os médicos esse medicamento engrossa sangue e faz dar trombo. Aí entraram com o tratamento clássico de todos os hospitais públicos e particulares”, conta Bernadete.
Ela lembra que foi internada no dia 24 de julho e entre o dia 26 e 27 deu uma arruinada, se sentindo muito cansada. Foi quando foi chamado o infectologista, que a avaliou, fez outra tomografia do pulmão e viu que não era caso de ir para o oxigênio, nem ser entubada. “Continuei fazendo tratamento via oral e intravenosa e fui melhorando”, explica ela.
Bernadete lembra que os médicos falaram para ela que essa doença não tem remédio, nem vacina, mas iam fazer as tentativas que deram certo em outros casos e pra ela ter fé, se manter animada e pensando positivo. “E é isso que tem que fazer, não deixar se abater jamais e crer no livramento divino e na força da ciência”, destaca.
Ela diz que tem uma vida saudável, que pratica exercícios e mesmo assim teve um quadro complicado, por isso as pessoas devem tomar cuidado com higiene e os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde.
Por fim ela enaltece a atuação de todos os profissionais da Saúde, que estão na linha de frente no combate ao coronavírus. “Fui muito bem atendida aqui em Fartura, depois em Ourinhos e novamente aqui, onde uma enfermeira do posto está em constante contato com a gente e nos auxiliando. Que Deus protejam esses guerreiros e só tenho a agradecer, pois todos envolvidos na minha recuperação foram anjos enviados pelo senhor”, conclui.
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