Para qualquer lugar que vá nas áreas rurais da região Sudoeste do Estado, com certeza você vai se deparar com uma grande área de plantação de soja, inclusive pastos onde se via gado, hoje se vê a cultura predominante qual o Brasil é o maior produtor do mundo, seguido pelos Estados Unidos e a Argentina.
Segundo o agrônomo farturense Vitor Gabriel, 35 anos, que trabalha há cinco anos na Comercial Cerealista Solimã de Santa Cruz do Rio Pardo, a safra 2022/2023 de soja terá um aumento no país e na região.
“Penso que mais de 50% das terras produtivas hoje em Fartura, por exemplo, a cultura predominante é a soja”, comentou Vitor.
Segundo dados do IBGE, a produção de soja no Brasil deve ter um aumento em 2023 de 21,3% em relação ao produzido no ano passado.
Outros fatores para a elevação da produção do grão foi a ampliação das áreas plantáveis e o fator climático.
“A chuva durante o ciclo da soja foi preponderante para o aumento da produtividade, pois em uma área que foi produzido na safra anterior 50 sacas por hectare (ha), nesta safra está produzindo em média 65 sacas/ha”, informou Vitor.
Vale destacar que na média nacional divulgada pelo informativo “Rally da Safra”, para 2023, são 58,8 sacas/ha e no estado de São Paulo são 62 sacas/ha.
Entretanto a chuva também está atrapalhando o produtor rural na colheita nos últimos dias. O agrônomo, que também dá suporte técnico a produtores de soja, diz que nesta época a colheita estaria na fase final, porém como a chuva impede o trabalho, a porcentagem hoje está em aproximadamente em 50%.
“O produtor tem que aproveitar os próximos dias que a previsão está de pouquíssima chuva”, avisou o agrônomo.
Quem aproveitou para colher nesta semana devido a trégua das chuvas foi o produtor farturense Geraldo Cesar dos Santos, 53 anos, que está no ramo da soja há 11 anos. Ele produz grãos em terras de sua família, como também em áreas arrendadas.
Ele trabalha com mais dois funcionários, que são seus primos, e a equipe produz soja em 80 alqueires de terra nos bairros Taquara Branca, Triunfo, Caieiras e Três saltos. Ele diz que a chuva ajudou bastante neste ano e que por enquanto não está encontrando dificuldade na colheita.
Cesinha, como é conhecido, é um dos produtores de soja mais experientes de Fartura e diz que apesar do custo com mão de obra ser baixa, pois diferente da cultura do café, com poucas pessoas consegue cultivar grandes áreas, neste ano o gasto mais exorbitante foi com os insumos.
“Com uma equipe pequena, maquinários bons e revisados, consegue tocar a lavoura, porém tivemos muito gasto com os insumos, os preços subiram demais por causa da guerra da Rússia”, ressaltou Cesinha.
O agrônomo Vitor corrobora com a afirmação do produtor e complementa dizendo que o custo da produção praticamente dobrou.
“Devido a Rússia ser um dos três maiores fornecedores de fertilizantes do mundo, junto com a pandemia que atrapalhou a importação de matéria-prima dos insumos, isso provocou em um aumento exorbitante no custo da produção em uma média de 100%”, destacou o agrônomo.
PREÇO DA SOJA
Mesmo com o aumento dos insumos, o preço da soja neste ano no momento está em R$ 162,12, abaixo da safra anterior (2021/2022) quando chegou ao patamar de R$ 200,00.
“Mesmo assim vai ser uma safra muito boa e rentável. Lógico que os últimos anos foi bem melhor, mas a gente não pode reclamar, pois na produção rural é assim mesmo, as vezes você ganha mais, outras vezes nem tanto, o importante é que não pode parar”, declarou o produtor.
Sobre a comercialização da soja produzida, Cezinha vende para a Cooperativa Capal ou para uma empresa de Taguaí e, provavelmente, os grãos são exportados para a China.
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