No último sábado (15) aconteceu no Centro de Convenções de Timburi, a 1ª Oficina de Agrofloresta desenvolvida pela Preta Terra. Participaram agricultores de Timburi, empresários e pessoas ligadas ao Meio Ambiente. A Prefeitura Municipal apoia está iniciativa, que visa fortalecer a agricultura de forma sustentável, sem provocar danos ao nosso meio ambiente. “Queria parabenizar vocês pela iniciativa e por contemplar Timburi com este importante projeto piloto. Tenho certeza que será um sucesso e iremos colher estes frutos. Contem com a Prefeitura Municipal”, argumentou o prefeito Silvio Polo. A oficina foi ministrada pelos engenheiros florestais Valter Ziantoni e Paula Costa que fizeram uma apresentação do projeto de Agrofloresta.
“Para garantir a conversão da monocultura em sistemas biodiversos agroflorestais, precisamos garantir mercado para os agricultores”, com essa visão a PRETATERRA conseguiu a pré-venda do café das familias que fazem parte do projeto Agrofloresta em Timburi. Diferentes modelos de intervenção foram elaborados para a região. O principal deles tem foco no café, que será produzido em linhas entremeadas por outras culturas e com sombreamento. Para garantir a geração de renda dos produtores, a PRETATERRA fechou uma parceria com a The Coffee Quest, que reúne compradores internacionais exigentes e interessados em cafés cultivados em agroflorestas. “A ideia é aprimorar as técnicas de pós-colheita para agregar ainda mais valor ao produto”, conta Paula.
Chamada de “Bacia Hidrográfica do Alto Paranapanema” ou região Alpa, ela foi escolhida pela PRETATERRA por sua importância ecológica estratégica: nela estão contidas três importantes áreas de proteção ambiental e um reservatório massivo de água doce de altíssima qualidade. Além disso, sua economia ainda é baseada na agricultura familiar. Nessa primeira fase do projeto, serão plantadas cerca de 100 mil árvores, que fixarão mais de 50 mil toneladas de CO2 nos próximos 20 anos. Pelo menos 35 famílias de agricultores da região serão beneficiadas diretamente, recebendo apoio e consultoria para o desenvolvimento de modelos agroflorestais em suas propriedades. Outras 200 famílias serão contempladas, de forma indireta, pela dinamização das cadeias produtivas próximas e fomento ao turismo ecológico. O projeto ainda contará com a participação de outros agentes locais como universidades, viveiros, as secretarias de meio ambiente dos municípios de Timburi e Piraju, além da Embrapa Solos.
O trabalho começou em dezembro de 2020, com foco na cultura do café, já consolidada na região de topografia montanhosa, ideal para o cultivo do grão. À frente do projeto estão os engenheiros florestais e fundadores da PRETATERRA, Valter Ziantoni e Paula Costa, que explicam que, para viabilizar sistemas agroflorestais em larga escala, mantendo sua biodiversidade e complexidade, é necessário estruturar informações, automatizar projetos, padronizar as operações de campo e garantir mercados. Outro modelo, também agroflorestal, é a silvicultura. Serão escolhidas madeiras nativas, de ciclo longo, de árvores cultivadas em modelos biodiversos, junto com produções não madeireiras, como o mel.
O plano é aplicar esse modelo nas reservas legais dos imóveis. Com produtores que já trabalham com pecuária, a PRETATERRA vai desenvolver sistemas agrossilvipastoris, semelhantes à integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Visando à restauração florestal, um quarto modelo deverá promover a recomposição da vegetação nativa nas áreas de proteção permanente (APPs), principalmente naquelas próximas às nascentes. O reflorestamento em Timburi é essencial para o Aquífero Guarani, já que o terreno poroso da região viabiliza sua recarga hídrica. “Na mesma semana que fechamos a parceria, também recebemos a visita da Nestlè. A parceria com a Coffee Quest Brasil trás a seriedade que os produtores buscavam e esse é só o começo, vamos transformar Timburi no maior polo agroflorestal do estado”, salienta a engenheira Paula Costa.
Segundo os idealizadores, a ideia é que o projeto em Timburi seja o pontapé inicial de um plano agroflorestal mais amplo, capaz de formar um corredor ecológico ao longo do rio Paranapanema – que marca a fronteira de São Paulo com o Paraná – até próximo do sul de Mato Grosso do Sul. “Não se trata apenas de uma mudança para uma agricultura mais regenerativa: estamos abordando e testemunhando o nascimento de uma transformação do sistema produtivo atual”, frisa Ziantoni. Já, Paula complementa que “é vital harmonizar o conhecimento científico e natural, floresta e pessoas, alimentos e produção, trabalho e bem-estar. As agroflorestas de Timburi nascem com o propósito de criar um celeiro de inovação e cultura agroflorestal no estado, tornando-se referência mundial”, conclui.
Sobre a PRETATERRA
Iniciativa que se dedica à disseminação de sistemas agroflorestais regenerativos, desenvolvendo designs replicáveis e elásticos, combinando dados científicos, informações empíricas e conhecimentos tradicionais com inovações tecnológicas, construindo um novo paradigma produtivo que seja sustentável, resiliente e duradouro.
Na vanguarda da Agrofloresta, a PRETATERRA projetou, implementou e modelou economicamente o design agroflorestal que ganhou, em 2019, o primeiro lugar em Sustentabilidade do Prêmio Novo Agro, do Banco Santander e da ESALQ, com o case “Café dos Contos”, em Monte Sião (MG). Em 2018, a PRETATERRA ganhou o primeiro lugar em negócios inovadores no concurso de startups no Hackatown e, em 2020, a PRETATERRA está entre os finalistas do Prêmio Latinoamerica Verde, de startups e projetos inovadores em sustentabilidade da América Latina. A convite do Principe Charles e do Instituto Florestal Europeu, em 2021 a PRETATERRA passa a liderar a frente agroflorestal da Aliança da Bioeconomia Circular.
Para mais informações acesse www.pretaterra.com e acompanhe as redes sociais: LinkedIn, Instagram, Facebook, Twitter e Youtube
Fonte: COMUNIC
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