Nutricionistas e pesquisadoras do Núcleo de Pesquisa Epidemiológica em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo - Nupens/USP, Nicole Vidal e Gabriela Kimura visitaram o município de Fartura nesta semana para coleta de dados em âmbito de um estudo voltado para a promoção de escolhas alimentares mais saudáveis entre crianças e adolescentes, com foco no comércio local.
O objetivo do projeto “Ambientes Alimentares Saudáveis e Obesidade na Infância e Adolescência” (ESAO-I) é apoiar a adoção e implementação de iniciativas que favoreçam escolhas alimentares saudáveis nos ambientes municipais de varejo alimentar.
“No Brasil nós temos um documento do Ministério da Saúde, que é o Guia Alimentar para a População Brasileira e nele os alimentos foram classificados em quatro grupos: alimentos minimamente processados in natura; ingredientes culinários; alimentos processados; alimentos ultraprocessados. Então os alimentos ultraprocessados vários estudos associam o consumo deles com obesidade, sendo assim o alto consumo desses alimentos são fatores para a obesidade na infância e adolescência”, ressaltou Gabriela Kimura.
Vale ressaltar que os alimentos ultraprocessados são produtos industriais que passam por várias etapas de processamento e são feitos com ingredientes artificiais ou extraídos de alimentos. São caracterizados por serem ricos em gorduras, açúcares e sódio, e pobres em fibras.
Nesta primeira fase do estudo, as pesquisadoras coletaram dados sobre os alimentos disponíveis nos estabelecimentos comerciais locais, observando como esses produtos são distribuídos, como, por exemplo, a altura em que certos itens estão dispostos nas prateleiras.
“Antes dessa primeira etapa nós tivemos reuniões com as equipes de Saúde dos municípios participantes para sensibilizar sobre como estamos desenvolvendo esse projeto. Agora em seguida, vamos conversar com os comerciantes para obter opiniões referente o que pode ser feito nos ambientes e a percepção deles sobre alimentação e assim pensar em alguma estratégia. Tudo isso deve ser conversado antes, pois o projeto não é impositivo. Depois vamos avaliar se deu certo o que estamos pensando em fazer e também incluir algumas estratégias que se chamam sustentabilidade, que é basicamente garantir que essa ação não se encerre após o término do projeto, que os próprios comerciantes e a população dê continuidade”, informou Nicole Vidal.
O trabalho das pesquisadoras é estritamente observacional e tem caráter científico, sem interferência no funcionamento dos comércios neste primeiro momento
Os municípios participantes do projeto são: Fartura, Taguaí, Piratininga, Bastos, Tapiraí, Pompeia e Ribeirão Grande
Além da Gabriela e Nicole, a equipe do projeto é composta por Beatriz Torres, Melissa Tarrão, Mairin Saito, Mariana Guilarducci e é coordenado por Patricia Jaime e Ana Paula Bortoletto, professoras da Faculdade de Saúde Pública da USP, e Camila Borges, professora no curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos da USP.
- Fartura