Pai de Rodrigo, Renata e Ricardo, João relembra histórias marcantes, um AVC superado e o orgulho que sente da família que construiu ao lado de Lourdes
O farturense João Massaruti vive uma história marcada pelo trabalho duro, pela fé e por um amor que não precisa de palavras para ser sentido. Pai de Rodrigo, Renata e Ricardo, casado há 50 anos com Lourdes, ele foi padeiro, vereador, presidente da Câmara, coordenador do transporte de Fartura e também atuou no Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer. Mas é na família que ele encontra sua maior realização.
Depois de um momento difícil, quando acreditou que não poderia ter filhos, a vida lhe trouxe três presentes preciosos e, hoje, também três netos que iluminam sua rotina. Há três anos, João enfrentou o maior desafio: um AVC grave que o deixou 28 dias internado, 21 deles em coma. A recuperação, lenta e difícil, foi marcada por uma força de vontade que surpreende quem o conhece.
Rodrigo, o primogênito, lembra com um sorriso das idas para o Senai em Bauru no início dos anos 90. “Meu pai me acompanhou até a pensão onde eu ia morar e me deu um conselho curioso: ‘Não esquece do muro pintado naquela esquina, se o dono pintar, você vai se perder’. Ele levava jeito para proteger, até nas coisas pequenas.” Ainda da infância, Rodrigo conta um episódio quase de filme: “Estávamos levando almoço pro sítio de charrete, quando o cavalo foi picado por uma abelha e disparou! Minha mãe caiu da charrete, e só com os gritos alguém apareceu para ajudar a segurar o cavalo. Isso virou história para rir depois.” Para ele, o maior ensinamento do pai é simples: ajudar o próximo com o que estiver ao alcance, seja tempo, cuidado ou palavra amiga.
Renata descreve o pai como um exemplo de integridade e humildade. “Ele construiu respeito com atitudes, não com palavras. Uma vez, quando comprei meu primeiro carro, fui até a concessionária pensando em como pagar as parcelas. Quando voltei, ele já tinha comprado o carro para mim, tanque cheio, chave na mão, e até abriu conta no posto para eu não me preocupar. Foi um gesto silencioso, mas que dizia tudo: ‘Eu acredito em você’.” Para Renata, o pai é um espelho de valores que ela carrega todos os dias.
Ricardo, o caçula, tem na memória a força do pai, especialmente depois do AVC. “Ele ficou 21 dias em coma, e eu não sabia se ele voltaria. Mas ele nunca desistiu. Vejo nele uma garra que me inspira.” Ricardo também lembra das brincadeiras e da rotina junto ao pai: “Eu adorava ir com ele para a garagem municipal ver os caminhões e as máquinas. E no estádio, numa final em Taguaí, ele ficou quieto para não me constranger, mas quase no fim do jogo eu fiz um gol e ele saiu gritando ‘É meu filho!’ para todo mundo.” Para Ricardo, o legado do pai é de honestidade, bondade e fé.
Com um sorriso sereno, João diz que sente imenso orgulho dos filhos:
“Eles são meu maior troféu. Tenho muito orgulho da pessoa que cada um deles se tornou. Ver meus filhos bem, ver meus netos crescendo, isso é a maior vitória da minha vida.”
João Massaruti carrega em cada gesto a força de uma vida inteira dedicada ao que realmente importa. Sua história é feita de cuidado, fé e trabalho com propósito — daquelas que marcam a família e a comunidade com amor silencioso, presença constante e valores que não se apagam com o tempo.