A partir desta semana, inicio minhas colaborações neste tradicional veículo de comunicação que, assim como o rádio, pode até se transformar, mas não haverá de acabar. Como leitor ávido que sou, apaixonado por livros, especialmente em papel, embora eu não negue o formato digital, tenho uma predileção especial pelo jornal, pois foi através dele, que iniciei meus hábitos de leitura. Portanto, essa colaboração é uma honra e eu só tenho a agradecer à direção do jornal.
Como cientista social, tendo a observar os fatos cotidianos e a me atentar, especialmente, aos fatos sociais, políticos, econômicos e culturais, ou seja, tudo o que mobiliza a sociedade em seus diferentes setores. Por ter me especializado em Ciência Política, anos pares costumam ser especiais: são anos de eleição.
Sinto-me, portanto, obrigado a destacar a importância da participação ativa, consciente e crítica dos cidadãos nos processos eleitorais municipais, sobretudo aqui na região sudoeste. Como todos sabem, vive-se uma situação de crise sanitária que só fez agravar, mais e mais, uma crise socioeconômica que já vinha abalando a região há anos.
Desse modo, eleitoras e eleitores precisam ficar atentos não só à realidade local. Evidentemente, que a escolha do melhor candidato dentro do município é fundamental. Mas também é preciso observar suas articulações fora da esfera municipal, junto à região, aos deputados estaduais e federais, ao governo estadual e ao governo federal. O que quero dizer com isso?
Não basta mais ser um bom prefeito em nível local. Pagar as contas em dia, manter a zeladoria da cidade em ordem e, eventualmente, fazer algumas obras. É preciso acelerar o desenvolvimento regional. Para tanto, é preciso de planejamento, articulação política, racionalização dos esforços. É preciso que cada município encontre sua própria vocação e que a região, de modo geral, propicie as condições necessárias para que cada um possa desenvolver seus potenciais, gerar emprego e renda, melhorar a qualidade dos serviços públicos.
Temos que ter agentes públicos dispostos a lutar por um plano conjunto de desenvolvimento, que exija das autoridades em nível estadual e federal muito mais do que a simples liberação de parcos recursos e uma visita ou outra às prefeituras e aos eventos locais. É urgente uma mudança de comportamento. Deputados, por exemplo, devem honrar seus votos, participando ativamente desses processos. A liberação de emendas é importante, sim. Mas a luta pelo desenvolvimento é muito maior, todos sabemos.
Portanto, acompanhem seus candidatos no período eleitoral e exijam ideias, propostas inovadoras e comprometimento com o desenvolvimento do seu município e da região. Esforços isolados continuarão a perpetuar desigualdades. O sudoeste precisa recuperar sua prosperidade e melhor explorar seus potenciais. Para tanto, cada indivíduo precisa exercer sua cidadania de forma consciente, crítica e ativa.
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