O Dr. Paulo Sergio Lopes, nosso colunista e médico bastante conhecido na região pelos seus trabalhos filantrópicos, foi o 1º colocado no concurso para professor de Gastroenterologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
A Ufam é a universidade pública mais antiga do Brasil, fundada em 1909. Seu campus, em Manaus, é considerado único no mundo por ter floresta tropical na cidade.
A prova didática do Dr. Paulo foi sobre o H. pylori, bactéria amplamente disseminada no mundo e que causa úlceras, gastrites e câncer de estômago. E consistiu em uma aula dada a outros professores, para mostrar conhecimentos e adequação como docente.
Ele foi aprovado na Prova Didática e no Currículo.
Fomos conversar com nosso colunista sobre a sua aprovação, mas ele preferiu falar sobre o H. pylori, por entender que é um serviço ao público leitor.
“Estou feliz em ser professor de uma universidade federal, que tem um padrão elevado de seleção. Mas vamos falar sobre o que pode ajudar as pessoas”, disse o médico.
Ele conta um pouco sobre essa bactéria que atinge muitas pessoas. “Fiquei muito contente em falar sobre o H. pylori. Ele atinge metade da população mundial, o que é incrível. Até 1983 nada se sabia sobre ele, mas comprovou-se que a maioria das úlceras e gastrites está relacionada á presença do H. pylori. Em 1993 a Organização Mundial de Saúde definiu o H. pylori como uma das causas principais do câncer de estômago. Mas devemos ter crítica: o câncer de estômago vem de múltiplas causas”, explica.
Ele continua dizendo que: “no Brasil a maior parte dos diagnósticos é feita pela endoscopia. Mas para esse diagnóstico ser exato, é necessário que o paciente não faça uso de IBPs (como Omeprazol, Pantoprazol e outros) nem antibióticos por certo período antes da endoscopia. Se fizer, poderá ter um falso-negativo (a bactéria está presente, mas não foi detectada).
Há outras formas de detectar, mas não estão no dia-a-dia dos nossos médicos. Entendi que os outros professores gostaram que procuro fazer uma aula mostrando a prática, não apenas o que se vê nos livros”.
O médico ainda diz que: “há uma certeza que parentes próximos de pessoas com câncer de estômago (pais, irmãos) devem detectar o H. pylori e se presente tratá-lo. Isso é uma prevenção relativamente fácil e barata”.
Completando a aula, o Dr. Paulo falou sobre os tratamentos. “Usa-se antibióticos. Mas devido a alguns estudos no Canadá e Oriente a partir de 2015, ficou-se na dúvida sobre a duração, por mais ou menos dias. Falei a meus colegas que eu conhecia esses estudos, mas entendo que na nossa realidade, sem atendimento médico adequado para todos, devemos optar pelo mais simples. Afinal o sertão ou a Floresta Amazônica não são Montreal ou Nova Iorque.
E fui elogiado pela minha opção de infundir espírito crítico em meus alunos”, concluiu.
Sua aula recebeu duas notas 10 e uma 8,9. Dando a ele uma média foi 9,6, o que lhe garantiu a primeira colocação.
QUEM É O MÉDICO
Formado há 34 anos o Dr. Paulo foi ligado á USP. Após isso fez pós-graduação nas Universidades de Harvard (32 Prêmios Nobel de Medicina) e Johns Hopkins (64 Prêmios Nobel de Medicina), além de ter sido Visiting Scholar em Yale.
Ao voltar ao Brasil não se dedicou só a clínica privada, mas optou por ligar-se á filantropia, fazendo atividades no Interior de São Paulo e Paraná. Mais recentemente passou a fazer atendimento no Sertão, levando sua especialidade a um público muito carente.
Educado e gentil, nos disse: “não sei por que me foi dada a possibilidade de ajudar a essas pessoas. Mas sou médico por gostar, e me sinto abençoado por isso”.
Médico carismático, na clínica privada recebeu 99.8% de respostas positivas sobre seu atendimento (duas pessoas deixaram em branco). E teve abaixo-assinados para que ficasse atendendo em cidades (1990, 2015 e 2019). Em São Carlos sua aprovação em questionário distribuído aos pacientes foi de 100%.
O Dr. Paulo viaja bastante. Conhece 62 países e locais como a Antártica, o Atacama e o Saara. Mas continua se aperfeiçoando constantemente.
Mesmo com Universidades de prestígio mundial, e com a alta aprovação pelos pacientes, o Dr. Paulo é modesto. Diz que teve “sorte em ir a boas escolas”, que seus pacientes são “fantásticos em todos os lugares” e que se sente feliz com isso.
Comprovando sua modéstia e comprometimento com a profissão, falou ao jornal Sudoeste do Estado que já é professor, mas estava ligado a duas Universidades menores. “Espero melhorar cada vez mais seu atendimento ligado a Ufam. E estar próximo a grandes professores e dar aulas é algo que nos desafia a atender (os pacientes e alunos) com cada vez mais qualidade”, finaliza.