Escrevo no site doctoralia.com.br e dou respostas sobre Gastroenterologia.
Tenho escrito pouco, devido a agenda lotada em S. Paulo, as Atividades Filantrópicas e minhas queridas Atividades Humanitárias.
Algumas perguntas me chamam a atenção. Ás vezes há um tom de desesperança nas perguntas. Não sei se as pessoas leem coisas sensacionalistas no famoso Doutor Google ou se não tem apoio de seus médico(as) para entender o que é fato e o que não é.
Então procuro responder e falar O QUE É a doença que o consulente fala. Mas é claro que o que respondo é genérico, já que é impossível saber individualmente cada caso sem uma Consulta adequada. Sempre oriento a perguntarem para o médico(a) que está cuidando do paciente.
Mas mesmo aquele paciente que perguntou quisesse me ver, minha agenda(em todos os locais) é muito lotada e minhas Atividades Humanitárias em locais distantes impediriam isso. Então acho que conversar com seu médico(a) é a melhor solução.
RESPOSTA:
Sua pergunta me chama a atenção por 2 particularidades que podem acontecer no Refluxo:
O tratamento pode ser longo
O refluxo pode dar sintomas á distância, inclusive esse “bolo na garganta” que me conta.
Lembro que a Doença de Refluxo atinge MILHOES de pessoas e pode acontecer desde os primeiros dias de vida até em idosos. É muito comum, e tenho certeza que todos conhecem alguém com esse problema.
Os sintomas TÍPICOS do refluxo são:
========= Na maioria dos casos existe QUEIMAÇÃO no peito.
Além disso pode haver sensação de líquido que volta para a garganta.
Muitas vezes o líquido volta para a garganta quando a pessoa deita após uma refeição, ou com o consumo de certos alimentos (gordurosos, frituras, café, chá preto, molhos, chocolate).
Mas pode haver SINTOMAS ATÍPICOS:
========== Por vezes, o refluxo acompanha doenças como asma e bronquite. E muitas vezes a asma melhora após o tratamento do refluxo.
========= Alguns pacientes apresentam crises repetidas de faringite que não melhoram com o tratamento habitual. É comum recebermos pacientes encaminhados pelo Otorrinolaringologista(médico de garganta) para verificar se há refluxo.
========== Há pessoas que tem crises de engasgo á noite.
========== Pode haver tosse seca.
========== Há pacientes que apresentam rouquidão.
=========== Finalmente, há pessoas que tem sensação de dor no peito ou sensação de opressão e peso no peito. Nesse caso os sintomas podem lembrar os das doenças do coração, o que causa grande alarme aos pacientes e familiares.
========== Tenho visto em meus pacientes um sintoma menos comum do refluxo chamado "globus" que é a sensação de bola na garganta. Ou semelhante a algo que sobe e desce na garganta. Mas devemos considerar que , como vejo muitos pacientes com refluxo, tenho mais chance de ver e tratar sintomas menos comuns.
No Brasil a forma mais comum de diagnosticar o refluxo é pela Endoscopia, após uma Consulta bem feita. Uma boa Consulta tem a História Clínica detalhada. É importante conhecer fatores como fumo, álcool, uso de certos medicamentos que podem causar refluxo(por exemplo Calcio, anti-inflamatórios, certos antidepressivos ou medicações para o coração). Fico espantado quando um paciente me conta que em consultas anteriores não lhe perguntaram sobre o uso de medicamentos. Uma história nutricional e os fatores emocionais também devem ser vistos. A partir daí faz-se o diagnóstico e se inicia o tratamento personalizado.
Cabe também lembrar que a Doença de Refluxo muitas vezes é recidivante, ou seja dura bastante tempo. O Médico experiente entende essa característica e sabe tratar seu paciente durante o tempo que for preciso, usando diferentes tecnicas. Mas, especialmente em uma doença com tantas apresentações diferentes como o refluxo, o bom Médico entende que é preciso respeitar a individualidade de seu paciente. Tudo deve ser personalizado.
É importante também saber que, no caso dos sintomas atípicos do refluxo, a resposta aos medicamentos pode demorar muito mais tempo do que para as pessoas que tem sintomas típicos. Mas, como sempre, tudo é individual e cada caso é um caso.
Quanto a minha prática: minha experiência com Doença de Refluxo já é bem longa, com mais de 34 anos e milhares de pacientes tratados. Tive a sorte de acompanhar o tratamento de muita gente, aqui e no Exterior, bem como a evolução dos métodos de diagnóstico e tratamento. E tudo melhorou e progrediu muito nos últimos 30 anos.
Inclusive tem-se estudado algumas novas formas de tratar essa sensação de “bolo na garganta”.
Contudo, o refluxo tem muitas sutilezas. E um bom Médico só entenderá estas sutilezas com muito estudo, experiência e atenção na Consulta. Só assim poderá tratar seu paciente adequadamente.
Consultoria - Prof. Dr. Paulo S Lopes - CRM 56402. Médico Gastroenterologista e endoscopista. Tem 34 anos de experiência. Recebeu Bolsa de Estudos do Governo do Japão para Doutorado na Tokyo Medical University. Fez Pós Graduação nas Universidades de Harvard e Johns Hopkins - Estados Unidos, foi ligado também ao Centro de Prevenção do Câncer da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Nova Iorque. Foi Visiting Scholar em Yale. Tem Títulos de Especialista. O Dr. Paulo recebeu 5 Prêmios no Brasil. Atualmente dedica-se a Atividades Filantrópicas e Humanitárias em SP, PR e Nordeste, além das atividades clínicas.
Muito importante: Estas notas, mesmo acuradas, jamais substituirão a avaliação mé- dica. Nossa recomendação para pessoas com os problemas descritos é de serem ava- liadas por profissionais de sua confiança.Temos apenas o desejo de oferecer orientação, embora genérica.
Ao escrever, colocamos situações hipotéticas, embora comuns. Imaginamos a presença de profissionais e recursos de alto nível.Não conhecemos , contudo, em detalhe a realidade de cada município dos leitores. Quando nos referimos a médico, no masculino, referimo-nos igualmente ás médicas mulheres, só omitidas ali por questão de espaço .As opiniões sobre métodos de atendimento são pessoais, embora embasadas na Literatura Médica Internacio- nal.Ascondutasseopiniões clínicastambémvem daexperiênciapessoal,mas igualmen- te embasadas na Literatura Médica. As figuras são retiradas da Internet.
Não recomendamos diagnósticos ou tratamentos, e muito menos profissionais por esta coluna. A informação, mesmo cientificamente acurada, é genérica e não se aplica a casos individuais. Não queremos substituir a avaliação médica atenta, individualizada e específica.
Por motivos Éticos não opinamos sobre casos individuais muito menos comentamos sobre condutas de outros profissionais.