Respondo no site doctoralia.com.br.
Tenho respondido pouco, pois além da Clínica, tenho atividades filantrópicas no Interior de SP e PR, bem como Atividades Humanitárias no Sertão.
E sempre que respondo tenho o cuidado de mostrar que nada é específico para quem perguntou. Deixo claro também que é a minha opinião, baseado em 34 anos de experiência aqui e no Exterior. Para ser específico seria preciso saber detalhes sobre o estado de saúde do paciente. E isso só mesmo com uma consulta, que é personalizada.
Mesmo assim, tenho meu tempo (em regra) totalmente preenchido.
MINHA RESPOSTA PARA A PERGUNTA:
Vamos falar um pouquinho sobre as famosas Gastrites. Assim como o senhor(a) há muitas pessoas que querem conhecer essa importante doença. O que falarei é genérico, e é minha opinião. Mas se tiver a paciência de ler, aprenderá bastante.
Mais abaixo falo sobre as dietas.
GASTRITES
Sintomas
= O sintoma mais comum é a DOR acima ou em volta do umbigo. Muitas vezes há QUEIMAÇÃO.
=Mais raramente pode haver náuseas(enjoo), vômitos, plenitude (sentir sempre o estomago cheio) ou saciedade precoce (sentir o estomago cheio logo no início da refeição).
Diagnóstico
= O diagnóstico mais preciso é feito pela Endoscopia. Nesse exame verificamos também a presença do H. pylori.
Tratamento
===================O tratamento, como sempre, depende da causa. Se houver H. pylori usa-se antibióticos. Se a causa for outra, adapta-se o tratamento. Isso exige um Médico que tenha experiência em lidar com gastrites.
Por que insisto tanto na experiência do Médico?
=============Por exemplo, é preciso que haja certeza quanto a presença do H. pylori. E se a Endoscopia for feita com o paciente em uso de IBPs (omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, etc) é possível que essa bactéria não seja diagnosticada, mesmo que esteja presente. Chamamos isso de FALSO NEGATIVO. Mas nem todos os locais que fazem Endoscopia atentam para isso.
=============Como sempre falo: uma Endoscopia de alto nível acontece pela qualidade do Médico que a faz. Não é pelas fotos tampouco pela beleza do lugar. Tirar fotos é fácil. Fazer um local bonito depende de tijolos e nada mais. Mas ter um Médico experiente leva anos de preparo.
=============Quando se faz uma Endoscopia deve-se saber sobre experiência do Médico e sua formação. Não se deve preocupar com o número de fotos nem com a beleza do local.
=============Quando falo sobre a importância de se saber com certeza se há o H. pylori, é por que isso muda o tratamento. Quando essa bactéria é positiva (no teste feito na Endoscopia) temos que usar antibióticos. O H. pylori é o maior causador de gastrites. Também causa úlceras e é causa importante para o câncer de estômago, embora este seja multifatorial.
Tratamento:
Depende da causa. Se houver o H. pylori este deve ser eliminado. Se a Gastrite é por medicamentos, o Médico experiente sabe o que fazer. E se a Gastrite é atrófica, um caso mais complexo, é preciso um Médico acostumado a trata-las, especialmente se houver metaplasia (alteração das células do estômago).
Finalmente, quanto as (assustadoras) Dietas:
Sou um defensor das Dietas Personalizadas.
Hoje, faz pouco sentido o médico tirar da gaveta uma longa lista de alimentos “proibidos”, igual para a moça de 20 anos ou o senhor de 80.
Tudo deve ser adaptado.
É fácil entender. O bom Médico deve saber QUEM é seu paciente para prescrever uma dieta adequada:
- que idade tem
- tem alguma doença como Diabetes ou Hipertensão?
- é obeso?
- que estilo de vida tem? por exemplo, um moço que toma um cafezinho com colegas de escritório (café provoca queimação) é diferente de um senhor aposentado que de vez em quando bebe um golinho de cerveja com os amigos (álcool provoca refluxo e piora as gastrites).
O bom Médico entende essas peculiaridades e sabe ADAPTAR a dieta ao estilo de vida de seu paciente
- há fatores emocionais envolvidos? a experiência me ensina sempre que a maioria das doenças traz um fator emocional. Por exemplo, recebo muitos pacientes preocupados se sua doença não levará a um câncer. Cabe a mim explicar o que é a Doença e tranquilizar o paciente.
Concluo: no meu entender, as dietas para as Doenças Digestivas devem ser adaptadas a cada caso. Não há casos idênticos, e assim, não há dietas idênticas.
NÃO É O PACIENTE QUE SE ADAPTA A DIETA É A DIETA QUE SE ADAPTA A CADA PACIENTE.