Prints da conversa foram divulgados nas redes sociais no fim de março, e grupos de ativistas se mobilizaram pedindo a cassação do vereador. Cláudio Oklahoma (PSL), de Tatuí (SP), nega que seja o autor das mensagens.
A Câmara Municipal de Tatuí (SP) instaurou uma comissão processante (CP) para investigar as denúncias que acusam um vereador da cidade de se referir a uma mulher negra como "chita", "carvão queimado" e outras expressões racistas em um grupo de WhatsApp.
O caso ganhou repercussão no último dia 29, depois que prints foram divulgados nas redes sociais. O vereador Cláudio Oklahoma (PSL) nega que seja o autor das mensagens (leia mais abaixo).
A CP foi aberta em uma sessão realizada na noite desta segunda-feira (4), que contou com a presença de vários moradores. Com cartazes, grupos pediram a cassação do mandato do parlamentar e uma Câmara sem misoginia e racismo.
Os vereadores votaram pela abertura da comissão, que terá 90 dias para concluir as investigações e decidir pela cassação ou não do mandato de Cláudio Oklahoma por quebra de decoro parlamentar.
No dia em que o caso ganhou repercussão, a Câmara Municipal de Tatuí havia emitido uma nota, afirmando que todas as denúncias seriam apuradas e que "não compactua com os atos supostamente cometidos por um membro do Poder Legislativo".
Mensagens
Nos prints que circulam entre na internet, uma das mensagens diz que a mulher negra sobre quem os integrantes do grupo comentavam seria transferida para trabalhar em Quadra "porque é muito feia para ficar na agência de Tatuí. Só tem mulheres novas e bonitas. Dragão desgraçada, de feia".
Nas mensagens atribuídas ao vereador, ele também supostamente se refere à mulher como "diabo", "vesga" e diz que "o filho é tão feio que acho que criaram a placenta e jogaram o feto fora".
Os prints também atribuem ao parlamentar mensagens de cunho sexual sobre a vítima, chamada de "neguinha" na conversa, e o envio da foto de uma banana com a legenda: "deixa a chita louca".
A partir disso, a vítima disse que registrou um boletim de ocorrência sobre o caso, e coletivos antirracistas e feministas de Tatuí repudiaram a atitude atribuída ao vereador, divulgando um abaixo-assinado nas redes sociais pedindo a cassação dele.
Posicionamento do vereador
Depois da repercussão dos prints, o vereador Cláudio Oklahoma também publicou uma nota de posicionamento nas redes sociais.
O parlamentar disse que os prints divulgados são montagens para prejudicá-lo, "sem qualquer nexo e/ou verdade, produzidos por um desafeto que há tempos vem atacando eu e minha família, por razões políticas, principalmente por não ter cedido a pressões políticas para beneficiar – ilicitamente – tal pessoa".
De acordo com o vereador, ele já foi alvo de outros ataques na internet feitos pela mesma pessoa, que seria conhecida no meio político por criar "fake news" e teria confessado para um amigo que faria montagens de cunho racista para desmoralizar a imagem dele.
Cláudio disse ainda que é "contra qualquer discriminação" e que está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades.
Fonte: G1