Data da independência legal do território não é tradicionalmente celebrada na cidade
Avaré completa 150 anos de emancipação nesta segunda-feira, 7 de julho. Sim, essa informação histórica pode causar estranhamento em muitos avareenses, já que o aniversário da cidade é tradicionalmente celebrado no feriado municipal de 15 de setembro.
Há uma explicação. É que, diferente da maioria das cidades, Avaré não costuma celebrar a data de sua emancipação político-administrativa, ou seja, 7 de julho de 1875, ocasião em que foi assinada a Lei Provincial nº 15 que tornou seu território independente.
De onde vem, então, a opção pelo 15 de setembro? A data em questão foi adotada por influência da celebração litúrgica de Nossa Senhora das Dores, um sinal da religiosidade de seus fundadores.
“Por falta de costume, a data de 7 de julho continua sem ser comemorada na cidade, embora haja alusão a ela no brasão de Avaré”, explica o pesquisador Gesiel Júnior.
Em 1975, a data mereceu lembrança por iniciativa do prefeito Misael Euphrasio Leal, através da Comissão Municipal de Turismo. Mas foi só.
Com o 7 de julho em segundo plano, prevaleceu o 15 de setembro de 1861, simbolicamente fixada como a data de fundação de Avaré, que naquele tempo nem tinha esse nome e pertencia a Botucatu.
Maneco Dionísio e a emancipação - Quem propôs a moção à Assembleia Provincial de São Paulo foi o influente alferes Manoel Marcelino de Souza Franco, conhecido como Maneco Dionísio, continua o pesquisador.
Ele esteve na capital da província e lá expressou aos deputados monarquistas a viabilidade de elevar à categoria de vila a Freguesia de Nossa Senhora das Dores do Rio Novo.
Convertido em projeto de lei, o pedido foi aprovado em 7 de julho de 1875. “Coube ao juiz Sebastião José Pereira, presidente da Província de São Paulo, oficializar a criação da Vila do Rio Novo com área desmembrada de Botucatu, dando-lhe autonomia política e as próprias terras, das quais faziam parte as áreas de Itatinga, Cerqueira César e Arandu”, conclui Gesiel Júnior.