Uma advogada e o marido dela foram detidos em flagrante delito na quinta-feira, dia 21/12, em Piraju, após suspeitas de irregularidades cometidas por ambos durante a elaboração de uma prisão em flagrante na Delegacia de Polícia da cidade. O caso envolve possíveis violações éticas e legais relacionadas ao exercício da advocacia.
Segundo a Polícia Civil, a advogada e o marido foram detidos em razão de acusações que incluem o exercício ilegal da profissão de advogado por ele, obtenção de vantagem ilícita e inserção de declaração falsa em documento. As alegações também apontam para a possível conivência da advogada em relação às atividades desempenhadas pelo companheiro.
As circunstâncias que levaram à prisão começaram durante a lavratura da prisão em flagrante de um suspeito no contexto da “Operação Perseu”, deflagrada no mesmo dia pela Polícia Civil da cidade com o objetivo de combater o crime de tráfico de drogas, a associação para a prática dessa modalidade criminosa e a lavagem de dinheiro.
Durante o interrogatório do preso, a advogada o acompanhou, solicitando a presença de seu marido na qualidade de auxiliar, pedido que foi negado. Após o término do interrogatório, a advogada solicitou que constasse no boletim de ocorrência que seu cliente havia passado mal, o que foi recusado pela autoridade policial tendo em vista que o preso havia sido atendido por um médico na Santa Casa local e nenhum problema de saúde havia sido constatado pelo profissional da área.
A situação se agravou quando a advogada apresentou uma petição escrita à mão, requerendo acesso aos autos do inquérito, alegando dificuldades para que isso fosse feito, fato que segundo a autoridade policial não condizia com a verdade. Essa ação levantou questionamentos sobre a conduta do marido, que, segundo informações e provas obtidas pela Polícia Civil, estaria exercendo atividades restritas à categoria de advogado sem preencher os requisitos estabelecidos em lei.
Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Piraju foram acionados para acompanhar a situação. Eles constataram, através de conversas com a genitora do suspeito que estava sendo preso em flagrante, que o marido da advogada, a pedido dela, de fato tinha intermediado uma negociação para defender o cliente. Inclusive tinha estipulado o valor de R$ 10 mil e mais um veículo como pagamento pelos serviços prestados, sem, contudo, informar as condições do contrato, solicitando ao preso que assinasse rápido, o que dificultou a leitura do documento.
A situação culminou na prisão em flagrante delito da advogada e do marido. Um inquérito policial foi instaurado para dar prosseguimento à investigação. O objetivo é esclarecer as alegações e determinar as responsabilidades no caso. O casal está à disposição do Poder Judiciário para a realização da audiência de custódia.
Informações: Setor de Comunicação Social da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré
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