COVID-19 e coronavírus. Talvez as duas palavras mais faladas atualmente. Provavelmente não há uma pessoa sequer que não tenha ouvido falar essas duas palavras nos últimos 4 meses. É incrível pensar que uma doença (COVID-19), causada por um tipo de vírus (coronavírus) chamado SARS-CoV-2, isso é, uma minúscula estrutura que, segundo os cientistas, possui cerca de um milésimo da espessura (grossura) de um fio de cabelo. Isso mesmo, um milésimo! Se pegarmos um fio de cabelo, dividirmos em 1000 partes iguais sua espessura, uma dessas partes infinitamente pequena seria mais ou menos o tamanho do tão falado coronavírus... É incrível pensar que uma estrutura tão ínfima, que assim como qualquer vírus, nem é considerado um ser vivo pela maior parte da comunidade científica e que, até o momento que escrevo essa coluna, foi responsável por 53.895 vítimas registradas no país...
Um ser que, segundo as palavras do grandioso Mário Sérgio Cortella, foi capaz de até mesmo mudar o sentido da vida, o qual agora passou a ser “ficar vivo com honra. Isso é, “ficar vivo sem que a lógica seja a do movimento destrutivo, da incapacidade de partilha e de solidariedade”, pois a própria vida, física e literalmente falando, está em xeque. Realmente muita coisa mudou por causa de um vírus, isso não é de se duvidar,
Muitos dizem que somos fracos perante à pandemia. Que nós, seres humanos, não somos páreos para esse minúsculo ser. Mas sou totalmente contrário à tais opiniões. Se tivermos um outro olhar perante tudo isso, vemos que em meio a tantas mortes, temos muitos recuperados (hoje, 25 de junho, às 16hs30min, temos 4.764.577 casos recuperados confirmados); estamos presenciando uma resiliência global nunca vista antes: as pessoas estão se adaptando à tais circunstâncias de forma excepcional, pois podemos ver comerciantes fazendo serviços em home-office, usando aplicativos que facilitam os pedidos e adequando os estabelecimentos da melhor forma possível para poderem atender os clientes com a merecida qualidade; vemos escolas e professores se adaptando a uma forma de ensino em que a maioria jamais tinha experimentado há 3 meses atrás. Vejam a enorme Força que temos... a capacidade de adaptarmos de forma arrebatador em pouco mais de três meses devido à pandemia...
Vejo também como estamos nos adaptando até mesmo nas demonstrações de amor, pois esses dias presenciei do quintal de minha casa uma linda serenata, em que pessoas cantavam “parabéns para você” para uma vizinha aniversariante. Foi uma linda demonstração de carinho e afeto que até o momento só havia presenciado nas novelas de época... Também presenciei diversas charreatas (uma palavra que conheci a pouco tempo) pela cidade, onde pessoas entregam fraldas para as novas mamães sem sair do carro... Que Força criativa temos!
Nunca vi tantos atos de solidariedade, pois vejo meus vizinhos ajudando uns aos outros, dando um apoio incondicional aos mais velhos, ou arrecadando mantimentos para os que ficaram sem emprego. Vejam como é bela a Força da solidariedade...
O que quero dizer com isso tudo? Em meio a uma crise Econômica, Política e da Saúde, o ser humano consegue sobreviver, ter uma enorme resiliência e uma empatia fenomenal. Tudo isso é demonstração de Força. Uma Força Divina, que todos somos agraciados. Estou certo que quando tudo isso acabar, estaremos manifestando muito mais essa Força e seremos pessoas melhores em todos os aspectos, pois os momentos difíceis nos empurram para a evolução.
Mas façamos nossa parte, para que quando tudo isso acabar, possamos usar essa Força para abraçarmos quem amamos, o que com certeza terá um novo e mais belo sentido.
Um grande abraço a todos!
Emerson Carlos de Almeida. Professor de Biologia Celular
da FIT (Faculdades Integradas de Taguaí)
José Guilherme Lança Rodrigues
Coordenador do curso de Agronomia da FIT